quinta-feira, 28 de março de 2013

Nova velhacaria dos “nossos” negreiros

Os nossos “queridos governantes”, que constituem com os “queridos capitalistas” uma boa réplica dos negreiros de séculos atrás, decidiram acelerar a barbárie com que esmagam diariamente o povo. Aflitos com o pagamento à Troika do nosso descontentamento, vão reeditar uma ordenação medieval para nos extorquirem já não os cereais, azeite, vinho e outros bens agrícolas medievos, espoliados aos camponeses de antanho, para que os amos abarrotassem as suas arcas senhoriais, mas sim os euros que os ataques desenfreados dos novos barões nos arrancam da carteira.
Assim exararam, tal qual os seus antepassados senhores de escravos, um novo édito absolutista legalizando a extorsão que exercem sobre nós. A partir de agora, todo aquele que tiver a infelicidade de não passar o crivo da apertada malha da legalidade fiscal arrisca pura e simplesmente dar com os costados no cárcere.
Mas, como lhes convém, essas medidas não se aplicam a todos os portugueses. Também aqui, há cidadãos de primeira e de segunda, amos e servos. Estes são os humilhados e oprimidos, que tudo sustentam e laboram sem descanso para que não faltem aos privilegiados as mordomias de que não prescindem. Por isso mesmo, os pobres e ofendidos poderão ser encarcerados, se não preencherem a papelada do IVA segundo ordens dos burocratas. Obviamente, os senhores das armas e do capital, que fazem as leis e as impõem, não correrão semelhante risco. Era o que faltava, “os senhores” não vão parar à prisão.
Tudo isto é bem demonstrado com o facto destas medidas carcerárias só se aplicarem às gentes de rendimento singular. Às empresas e aos seus proprietários, em particular aquelas de maior dimensão refugiadas em paraísos fiscais e escritórios de peritos nestas tramóias, não se aplica semelhante pena.
A arraia-miúda que rebente a trabalhar, na busca de emprego ou na sobrevivência possível, e pague os impostos forçadamente. Senão, resta-lhe um destino, o cárcere. E, para os mais pobres entre os pobres, os senhores do mando reservam um apoio, a sopa dos pobres por todo o país, uma esmola que consideram digna dos maiores encómios, enquanto escamoteiam as razões da miséria que lançam entre os famintos.
E assim vai este rincão. Um bando de embusteiros, seduzidos pelo poder, controla tudo, não se limitando á propaganda diária, acompanhada por abundantes bastonadas distribuídas entre os servos. Agora já nos metem na prisão por causa dos impostos, amanhã sabe-se lá mais porquê. A mente tortuosa dos novos negreiros não tem limites, quando se trata de manter e reproduzir as condições que permitem e reproduzem os seus privilégios e a nossa servidão.
Actualmente, já não nos despacham para o pelourinho, para as plantações das Américas e para as costas de África, como os seus antecessores ordenavam, a realidade presente não o permite. Nem tão-pouco para um novo Guantánamo, como fazem os seus mentores gringos, pese a cruel imitação da cadeia, dita de alta segurança, de Monsanto. Mas, agora, a cadeia já aguarda quem se engane no obrigatório preenchimento da papelada que assegura a pagamento de impostos dos trabalhadores. Mas nunca a prisão receberá os que nos enganam, que prometem o que não cumprem e nos saqueiam o presente e o futuro. Para esses o castigo é interdito.

Não são permitidas punições aos negreiros na pátria dos negreiros!

Lavagem financeira, mais branco que branco!

Para “tratar” das massas de capitais acumulados nas contas bancárias consituiu-se, desde há mais de 20 anos, uma indústria financeira: essa indústria produz dinheiro em cadeia, não comprando nem vendendo outra coisa que não seja dinheiro sob todas as formas.
Com o fim de evitar uma redução do volume dos lucros, é preciso arriscar cada vez mais nos mercados financeiros. Antecipar os juros dos reembolsos dos devedores insolúveis, ou especular sobre as subidas de “futuros” fictícios, “insuflar” artificialmente os activos financeiros em circulação..., os fundamentos do capitalismo tornam-se cada vez mais precários. A actual bolha do complexo militar também dá a conhecer os sintomas de agonia de um sistema financeiro desligado da realidade, no qual os capitais não se transformam noutra coisa senão em capitais.
Nestes tempos as lavagens financeiras tornam-se num sub-regime e “branqueiam” qualquer coisa como 4 vezes mais do que o PIB mundial. Desde 2004, a Clearstream é muito mais importante do que a sua concorrente, a Euroclear, envolvido num escândalo de Estado. Isto por via das retrocomissões ligadas à venda de fragatas a Taiwan, em 1991, que foram encontradas nalgumas das 16.000 contas deste banco luxemburguês e estiveram na origem da reabertura dos processos judiciais em 2001.
Este é um processo que envolve personagens como Jea-Louis Gergorin, colaborador próximo do milionário Jean-Luc Lagardère na EAD’S, o General Philipe Rondot, especializado em operações especiais, bem como outras sumidades do patriotismo francês, tais como, Michele Albot-Marie, ex-mimitro da Defesa, Gustave Humbert, presidente da AIRBUS...
Nesta sombria história de denúncias e calúnias, Nicolas Sarkozy constitiu-se parte civil, receando que este negócio envolvesse a sua campanha eleitoral. A 26 de Julho de 2006, Dominique de Villepin, então primeiro-ministro, foi submetido a averiguações devido a cumplicidade em denúncias caluniosas e utilização de falsidades. Neste processo-espectáculo cada um dos intervenientes pretende representar o papel de vítima.
Enquanto isto, as contas da Clearstream permanecem megulhadas numa gigantesca opacidade. Dessas contas, 50% são suspeitas e não publicadas ou ocultas. Por exemplo, em 37 contas colombianas não há mais do que 7 publicadas. Todas as dúvidas são possíveis sobre dos fundos: de multinacionais, mafias, narcotráficos, prostituição, seitas, terrorismo de estado ou outros, sem esquecer os beneficiários das guerras.
E atenção às vertigens! O dinheiro gira em cada segundo nas máquinas de lavar da Clearstream. Entretanto, devido ao remexer da vida e do vício, o sistema mundial de crédito ameaça afundar-se numa crise bem negra.

CLEAR STREAM – Filial do grupo Deutsche Borse. Sede: Luxemburgo. Montante de negócios: 250.000 transacções por dia. 2.500 clientes de 100 países. Caixa Negra da finança mundial (coração da mundialização, memória das transacções oficiais e dissimuladas).
EUROCLEAR – Fundada em 1968, em Bruxelas. Montante de negócios: 800 biliões de euros em 2007.

A casta privilegiada do estado

Os hierarcas do estado, parlamentares, ministros e outros, constituem uma casta privilegiada, a qual serve de base de sustentação a todos os restantes elementos da burocracia estatal. Se considerarmos os diversos privilégios, mordomias e apoios de toda a ordem, incluindo os menos lícitos, esta gente do topo da burocracia aufere, em meia dúzia de meses de actividade, tanto como um trabalhador médio em décadas de trabalho.
Com a cobertura dessa camarilha, cumplicidades e respectivos benefícios, os especuladores dos mais diversos calibres aninham-se em todos os nichos propícios a negociatas lucrativas, particularmente nas empresas que mantém negócios privilegiados com o estado ou que beneficiam de concessões exclusivas ou oligopolísticas. Assim se desenvolve e dá consistência a uma classe de parasitas-rentistas, criada a partir das incestuosas relações entre o capital e o estado, o mesmo estado que constitui o baluarte indispensável à organização social vigente, levada a efeito pelos chamados "homens de estado". Ou seja, os mesmos fulanos que circulam pressurosamente por entre os mais elevados cargos estatais e a administração das maiores empresas, privadas ou do estado. Em Portugal este fenómeno assume contornos de verdadeira calamidade, face à debilidade económica da burguesia local e à instrumentalização dos inúmeros tentáculos estatais, levada a efeito pelos argentários mais adiposos do país. Desta forma, persiste e amplia-se a secular tradição lusa do compadrio, e os privilegiados actuais não desmerecem dos seus antepassados negreiros.
Fazendo coro com esta corja favorecida e firmemente acolitados junto dos detentores dos cargos mais influentes, do estado e do capital, desenvolveu-se um vasto corpo de parasitas sociais, incluindo, entre outros, directores, assessores e administradores, especializados nos meandros do embuste político e nas manhas do lucro e da avidez. É dessa forma que encontram empregos privilegiados. E jamais perdendo de vista a necessária obediência e adulação à sua casta estatal-partidária, condição indispensável para um candidato ingressar nas fatias opíparas da máquina estatal. Esta obrigação, constitui uma forma utilizada pelos diferentes bandos políticos para se defenderem da concorrência, preservando o seu território, o seu domínio e as suas prerrogativas.
Através da informação privilegiada e da manha, a casta dos altos funcionários do estado, conquistou uma larga influência na máquina estatal e, em muitos casos, cria as suas próprias funções para beneficiar delas e desenvolver, por exemplo, as actividades burocráticas do estado e, através delas, justificar a sua bem regalada existência.
De todas as categorias de parasitas especializados na multiplicação de medidas liberticidas em favor dos opressores, convém destacar a dos legisladores. Em geral, os historiadores afirmam que esses personagens eram juristas especializados na defesa e na justificação do poder. A sua tese geral rezava que os possuidores do aparelho do estado deveriam ter a supremacia absoluta sobre todos os corpos constituídos no seio da sociedade, não importando o seu carácter e, inclusivamente, sobre a própria sociedade.
No decorrer dos séculos, e como consequência das lutas populares, o panorama alterou-se, mas, no essencial, não tanto como isso. Esta categoria de parasitas sociais continua a ter larga influência, vive num mundo separado da população e serve o poder desveladamente. Na actualidade, continuam a constituir um grupo à parte e privilegiado, enquanto prosseguem o seu objectivo fundamental, a criação de um corpo de leis que conduza as populações ao conformismo e à inércia.Na generalidade, defendem a pretensão estatal de controlar o homem em todas as suas dimensões, tanto individuais como colectivas.
A isto respondem uns quantos, pedindo mais estado, procurando convertê-lo na vaca leiteira da nossa vida quotidiana, com os constrangimentos, dependências, abusos e consequências que se sabem. Outros, por sua vez, pedem menos estado, mas não menos domínio ou exploração, ou enfraquecimento da opressão em que se baseia a organização social capitalista. Defendem, afinal, um capitalismo sem entraves de qualquer espécie, com a redução da componente social e a destruição de gastos estatais nessas áreas, mas mantendo e ampliando as funções do estado naquilo que é essencial à sobrevivência e reprodução do capitalismo.
É assim que, enquanto por todas as formas facilitam a vida ao capital, levam à prática o agravamento da legislação anti-popular e a sua imposição pela força da lei e da cacetada, com o recrudescimento das funções da polícia, dos tribunais e das prisões, que permitem e ampliam um maior grau de opressão e exploração dos trabalhadores e das camadas populares.

As linhas gerais da Tertúlia Liberdade

A Tertúlia Liberdade, define-se, desde o seu início, como um grupo de pessoas que procuram reflectir e agir sobre a cena social, política e cultural portuguesa de forma autónoma, isto é sem se sujeitar a orientações partidárias, estatais ou de quaisquer instituições. Desde então, mantemos a nossa independência, articulando esforços e colaborando com associações congéneres numa base de igualdade e respeito mútuo, procurando fomentar a cooperação entre grupos e, partindo da realidade portuguesa (que melhor conhecemos), para o desenvolvimento de uma perspectiva internacionalista, segundo o conceito de agir localmente e pensar globalmente. A esta autonomia é necessário acrescentar outros dois aspectos básicos da nossa reflexão e acção, a defesa da liberdade e o fomento da auto-organização.  
A Liberdade que defendemos está bem expressa no pensamento que salienta tratar-se duma liberdade que tem em consideração os aspectos sociais, não se limitando a uma visão meramente individualista que, as mais das vezes, transborda para o egoísmo mais flagrante. Esta liberdade define-se a partir do seguinte conceito, “A minha liberdade é tanto maior, quanto maior for a liberdade do outro, porque a minha liberdade é reflectida pelo outro, que funciona como um espelho para mim. Por isso mesmo, não posso ser livre se me confrontar com outros, enquanto servos ou amos”. A liberdade assim definida conduz à igualdade e pode também ser referenciada como dignidade. É a minha dignidade que está em causa quando me retiram um pedaço que seja da minha liberdade.
Outro conceito em que nos baseamos é a auto-organização, definida como a capacidade e possibilidade efectiva de cada pessoa e cada colectivo de qualquer ordem, poder organizar e dirigir a sua vida, ou o seu projecto, seja de que espécie for, sem amos nem interferências de terceiros. Tudo isto fora de qualquer tentativa de um isolamento contra o outro, mas sim de cooperação com todos numa base de igualdade, de cooperação e de dignidade.
Um outro aspecto ainda, que temos aperfeiçoado ao longo do tempo, diz respeito aos elementos da Tertúlia Liberdade. A Tertúlia Liberdade é na verdade uma associação sem chefes, com decisões tomadas por consenso e sem pretensões hegemónicas. Pretendemos isso sim, trocar experiências com outros e avançar na cooperação, nacional e internacional, num sentido igualitário e federalista.Todos aqueles que aceitem e queiram levar à prática estes princípios mínimos são bem aceites no nosso colectivo.
Por fim, entendemos que a diferença que por vezes possa existir entre vários pontos de vista dos companheir@s é enriquecedora, obriga-nos a reflectir e faz-nos avançar. É indispensável evitar uma perigosa unanimidade, aparente e redutora.
Estes são os nossos princípios básicos, os tijolos que permitirão continuar a edificação da nossa Tertúlia com segurança e que, se o movimento social o exigir, nos darão a possibilidade de possuírmos a ética necessária às respostas a dar. E, como disse um filósofo, a ética é estar à altura dos acontecimentos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Pró-Comissão de Amigos de Somonte

A Tertúlia Liberdade lança a criação de uma Pró-Comissão de Amigos de Somonte.

Pretendemos com isso divulgar e apoiar essa iniciativa dos camponeses andaluzes, com os quais estivemos há 3 meses, e do seu sindicato, autónomo e de acção directa, o SAT - Sindicato Andaluz de Trabalhadores.
Em Somonte, perto de Córdoba, camponeses e desempregados ocuparam há 8 meses uma quinta do Governo Regional, ao abandono e com  mais de 400 hectares. Ali habitam, labutam e vivem do que a terra dá. Aos poucos vão edificando um mundo novo e solidário, seguindo o exemplo do que há anos fizeram em Marinaleda, mas as condições são difíceis.  Precisam agora de sementes e alimentos, para suprir as carências das colheitas de Inverno. Iniciamos, conforme sua sugestão, a angariação de sementes e donativos monetários para enviar  enviar directamente a Somonte, de forma a possibilitar aos seus residentes a compra de alimentos.

 
Reportagem sobre Somonte (ca. 14 min.): http://youtu.be/S3UFo9fztIA

Todo o apoio a Somonte será muito bem recebido. Caso seja sob a forma de uma doação em dinheiro, os dados são estes:

N.º de conta: Banco SOC POSADAS
Titular: Sindicato de Obreros del Campo y Medio Rural
Códico da conta: 02370053909160548289
Entidade: BBK BANK CAJASUR S.A.U.
Balcão: Posadas-Gaitan; C/ Gaitan, 22 Esquina a C/ Mesones, Posadas.
IBAN: ES42 0237 0053 9091 6054 8289
BIC: CSURES2CXXX

Para mais informações, vejam o site www.somonte.net ou contactem-los pelo e-mail somontepalpueblo@gmail.com. Podem também contactar a Tertúlia Liberdade através do e-mail tertulia.liberdade@yahoo.com.

Toda a colaboração será importante para levarmos a cabo a criação do Comité de Apoio a Somonte.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A democracia directa na actualidade - o que se faz agora

A Tertúlia Liberdade convida todos os amigos a participarem na sessão que iremos promover na próxima sexta-feira, dia 23 a partir das 18,30 h na Biblioteca/Museu da Republica e Resistência (Bairro Grandela) na Estrada de Benfica, 419 (Metro Alto dos Moinhos).

Esta é a terceira e última Conferência/Debate sobre a Cidadania Hoje e a actualidade da Democracia Directa, que defendemos. Esta sessão será dedicada a experiências práticas e actuais de auto-gestão e democracia directa.

Haverá várias comunicações sobre movimentos que na actualidade seguem este modelo de organização. A coordenação do debate será feita por um membro de uma experiência rural actual e conseguida no Alentejo, a Aldeia das Amoreiras. Teremos ainda um espaço dedicado à apresentação de outros projectos semelhantes.

Quem tiver conhecimentos de experiências actuais que estejam a resultar, é convidado a dar a conhecê-las nesta sessão. Assim como, aqueles que tenham projectos futuros deste tipo, terão neste encontro a oportunidade para expor as suas ideias e encontrar parceiros.

                                               AGRADECE-SE A DIVULGAÇÃO

Solidariedade com a Palestina


                                              SOMOS TODOS SERES HUMANOS

Mas na Palestina colonizada, a ocupação militar não quer saber disso, não respeita nem o ser humano nem a lei internacional. Na Palestina, o exército de ocupação regularmente bombardeia a faixa de Gaza, como também prende, tortura e mata a população de Cisjordânia.
O povo de Gaza está bloqueado neste minúsculo território, sem hipótese de sair e ainda por cima com um bloqueio que o obriga a sobreviver com o pouco que passa nos tuneis, clandestinamente vindo do Egipto.
Nesse contexto, há alguns dias que os aviões sionistas largam bombas que matam mulheres como homens, civis como resistentes, crianças como adultos, sem falar do grande número dos feridos.
Esta ofensiva chega quatro anos depois da brutal e arrasadora operação "Cast lead" durante a qual foram mortos quase 1500 Palestinianos. Isso tudo não somente com a indulgência da «comunidade internacional» (como se autoproclama o bloco ocidental), mas ainda com o seu total apoio mediático, diplomático, militar e financeiro. Sim, com os impostos do cidadão ocidental!
Não podemos aceitar que um povo quase sem defesa seja assim martirizado.

EXIGIMOS

O fim imediato do massacre in Gaza

O julgamento dos crimes de Israel contra a humanidade

O respeito das leis internacionais


Tertúlia Liberdade & Antena Mínima da Organização Revolucionária