sábado, 26 de dezembro de 2009

Onda Livre de Dezembro

Escuta o programa de rádio Onda Livre de Dezembro aqui


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Onda Livre de Novembro online

A emissão de Novembro da Onda Livre, o programa de Rádio da Tertúlia Liberdade, já está online. Muita música, as crónicas dos nossos correspondentes no Brasil e em Paris, excertos de uma entrevista com um dirigente sindical da Andaluzia, poesia e outras rubricas que serão decerto do vosso agrado. Descarregar aqui.



sábado, 24 de outubro de 2009

A Tertúlia Liberdade na Andaluzia


No início de Outubro elementos da Tertúlia Liberdade deslocaram-se até à Andaluzia para conhecer de perto a experiência do sindicalismo alternativo praticado pelo Sindicato Andaluz dos Trabalhadores (SAT). O SAT é o herdeiro actual de uma longa tradição de luta, nascida ainda no tempo do franquismo, entre os jornaleiros dos campos da Andaluzia e aglutina de forma autónoma e muito combativa 20.000 associados maioritariamente trabalhadores assalariados do campo e pequenos camponeses. Não está filiado em qualquer central sindical, embora tenha conexões com a Confederação Geral do Trabalho (CGT).

Na sua origem está o Sindicato dos Operários do Campo e Meio Rural da Andaluzia (SOC-MRA) fundado em 1976 a partir das Comissões de Jornaleiros, que existiam nas aldeias e povoados, continuando na sua matriz bem viva a tradição libertária do jornaleiro andaluz consubstanciada por exemplo na recusa de eleições sindicais e na prática da acção directa.

Mas a acção do SAT-SOC não se esgota na luta sindical e estende-se hoje às autarquias marcando presença em muitos municípios. Graças à sua grande implantação dirige vilas e aldeias, promove a auto-construção de casas (proporcionando habitações extremamente baratas e confortáveis com rendas entre 15 e 30 Euros mensais), dinamiza explorações agrícolas e fábricas onde existe de facto um autêntico espírito cooperativo. O SAT-SOC funciona de uma forma assemblária e participada defendendo a identidade camponesa das muito exploradas gentes do meio rural da Andaluzia, uma nação com área semelhante à de Portugal e cerca de 8,5 milhões de habitantes, onde a estrutura fundiária predominantemente é o latifúndio.

O SAT-SOC sempre promoveu ocupações de terras e lutas de carácter radical contando com um número muito reduzido de profissionais sindicais. Nos últimos meses sindicalistas do SAT-SOC desenvolveram uma luta intransigente em defesa dos trabalhadores contra o desemprego e a precariedade que contou com inúmeros protestos de rua e ocupações.

As mais mediáticas foram sem dúvida a ocupação da estação de televisão andaluza Canal Sur, o desvio da Volta à Espanha em bicicleta e o corte da circulação do comboio de alta velocidade em Sevilha. Um pouco por toda a Andaluzia dependências bancárias, centros de emprego e delegações do governo foram locais por onde passou a luta dos sindicalistas do SAT-SOC.

O culminar destas lutas aconteceu com a grande manifestação de 4 de Outubro em Sevilha onde se exigiu a Greve Geral. Segundo os organizadores desfilaram nas ruas mais de 15 mil pessoas. Nós, Tertúlia Liberdade, também estivemos lá. Actualmente o SAT-SOC, em conjunto com outras organizações, prepara essa Greve Geral recusando que sejam os mesmos de sempre a pagar a crise engendrada pelo capitalismo.

Por tudo isto são perseguidos pelo governo do PSOE, como foram por todos os outros governos anteriores e enfrentam uma série de ataques que passam pela repressão, processos judiciais e por tentativas de corrupção dos seus dirigentes. No entanto a resistência e os apoios locais são de grande dimensão e nada parece conseguir dominar a tenacidade dos trabalhadores da Andaluzia.

Isto é surpreendente, principalmente se considerarmos que se trata de uma organização bem enraizada no meio rural que procura agora estender a sua influência ao meio urbano sem abdicar da sua luta contra o sistema. Uma luta consequente e sem transigências baseada em princípios herdados do antigo anarco-sindicalismo dos campos da Andaluzia hoje reforçados com a defesa da identidade andaluza.

A constatação que fizemos destes factos levou-nos a decidir divulgá-los e iniciar um trabalho de reflexão sobre este exemplo de luta desconhecido em Portugal. Assim dividimos o nosso trabalho em 3 fases: Interpretação, Divulgação e Apoio. Estamos a iniciar a primeira fase e necessitamos da colaboração de pessoas que nos possam ajudar a perceber o que ali acontece. Por exemplo as diferenças em relação ao sindicalismo em Portugal ou as diferenças relativamente ao Alentejo, que com uma estrutura fundiária semelhante, teve uma evolução bem diversa.

Vimos assim dirigir um convite a todos que, no imediato, nos possam ajudar a interpretar esta realidade e que eventualmente queiram colaborar nas fases posteriores. A ideia que temos é de tentar uma aproximação que pode ser consubstanciada nesta expressão: «A sobre-exploração no século XXI e a resposta revolucionária – o exemplo do SAT-SOC na Andaluzia».

Fotografias:

A Tertúlia Liberdade na Andaluzia

Manifestação de 4 de Outubro

A Utopia de Marinaleda

Em El Coronil com o Secretário-geral do SAT Diego Cañamero

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Onda Livre


No próximo Sábado dia 24 de Outubro a Tertúlia Liberdade estreia-se na Rádio com o programa Onda Livre. A emissão será feita às 21 horas através da Rádio Zero. Um programa de uma hora recheado de músicas e entrevistas a não perder.
Para dar voz aos que não tem voz. Aos moradores dos bairros, aos trabalhadores precários, aos imigrantes, aos jovens e a todos que lutam por um mundo diferente e melhor. A Liberdade está no Ar.

Oiça na:
Rádio Zero

segunda-feira, 25 de maio de 2009

«As Colheitas da Revolta» na Padaria do Povo


AS COLHEITAS DA REVOLTA
(utopia e posse da terra)
Um filme de
Richard Hamon e Alexandre Stella


Sábado dia 30 de Maio às 21 horas

na Cooperativa « A Padaria do Povo»
Rua Luís Derouet, 20 a Campo de Ourique
(entrada livre)


No próximo Sábado dia 30 de Maio pelas 21horas, a Tertúlia Liberdade, fará a exibição na Cooperativa «A Padaria do Povo» em Lisboa ( a Campo de Ourique) do filme "As Colheitas da Revolta." Este documentário, inédito em Portugal, relata a luta dos camponeses andaluzes desde os anos 30 do século passado até à actualidade e o episódio trágico de Casas Viejas.

Hoje o sindicato autónomo dos camponeses, o SOC, com mais de 20.000 membros e uma estrutura leve e assemblária, onde as marcas libertárias são nítidas, promove uma luta directa pelos direitos dos seus membros.

Com as vitórias alcançadas, a cada ocupação de terra, não são apenas as condições de vida que estes autênticos «servos da terra» melhoram. Nas cooperativas agrícolas e de habitação que vão criando ensaiam também uma nova organização social.

PARTICIPA E DIVULGA!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Crónicas do Mundo - França

Com a presente crónica, escrita por Georges militante da CNT-F, iniciamos uma colaboração regular com os nossos companheiros no estrangeiro. As «Crónicas do Mundo» que agora começamos a publicar pretendem dar um outro ponto de vista sobre a realidade do mundo actual. O ponto de vista que os «média» oficiais ignoram. Boas leituras.


Bem, vou começar esta crónica com uma anedota. Não sei se ouviram falar disto em Portugal, mas aqui em França falou-se um pouco. Mas um pouco, pouco. Não minto. Então é assim. Um carpinteiro teve problemas com o seu telemóvel. Enquanto o aparelho esteve em reparação a companhia Bouygues emprestou-lhe outro. Um amigo enviou-lhe um SMS aonde escreveu:" Sabes como se faz descarrilar um comboio?".

Não se sabe a razão do SMS. Se calhar o amigo tinha chegado atrasado à estação ou outra coisa qualquer. O telemóvel foi depois emprestado a um empregado da SNCF, os caminhos-de-ferro franceses. Esse leu o SMS que não tinha sido apagado e fez uma denúncia à polícia.

O pobre carpinteiro foi apanhado de manhã em casa, que foi devassada ficando muitos dos seus móveis partidos, e conduzido à esquadra de polícia onde permaneceu por 23 horas detido. A mesma coisa aconteceu ao amigo que tinha enviado o SMS. Mas este calhou com "comissário" de polícia mais inteligente e ficou menos tempo na cadeia. Depois de verem que isso tudo não passava de uma parvoíce libertaram-nos.

Pensam vocês que a policia pediu desculpa ou coisa parecida. Nem sonhar. Isso é só nas telenovelas. O "comissário" disse-lhe:"A próxima vez que um comboio descarrilar vamos ter contigo outra vez". Podia ser uma anedota. Mas é a realidade da situação em França. Faz pensar ao romance de Kundera "A Brincadeira". Não sei se os comboios vão descarrilar, mas muitas coisas estão a descarrilar aqui em França.

Mas a crise não tem só aspectos negativos. Uma nova forma de luta é o "sequestro de patrões". Fala-se muito disso nos meios de comunicação social. Enfim: " sequestro" é uma palavra um pouco desproporcionada. Os trabalhadores impedem aos patrões de sair da empresa enquanto estes não assinam uma convenção que dá mais dinheiro aos empregados despedidos. Um pouco de salário a mais nunca é mau. Mas isto não resolve os problemas de fundo. Mas mesmo isto já está a meter medo às centrais sindicais oficiais. A CGT já pediu aos operários para terem cuidado com "os provocadores". Nunca se sabe se depois de deterem os patrões não lhes vem a ideia como em Guadalupe de começarem a "sequestrar " as fábricas e porem-nas a trabalhar sem patrão.

No último 1º de Maio houve muito menos pessoas na rua do a 19 de Março que foi dia de greve. E mesmo assim já não se viam tantas pessoas a desfilarem desde há anos. Se agora o povo prefere fazer greve em vez de desfilar nos dias feriados as coisas estão a ir no bom sentido. O que explica a necessidade de meter medo aos carpinteiros.

sábado, 9 de maio de 2009

calvin explicando a crise

ela - 15 dólares por um copo ?
Calvin - Sim, 15 dólares ! Queres um?
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ela - Mas, como é que justificas 15 dólares por uma limonada ?
Calvin - Lei da oferta e da procura
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ela - Mas, onde é que está a procura !? Não vejo nenhuma procura!
Calvin - Há muitíssima procura !
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ela - Sim ?
Calvin - Claro ! Como único accionista nesta empresa, PROCURO enormes lucros para o meu investimento!
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Calvin - E como presidente e manda-chuva desta empresa, PROCURO um salário anual exorbitante !
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Calvin - E como sou o meu próprio empregado, PROCURO um alto salário e toda a espécie de regalias que a companhia possa dar ! E além disso hà gastos indirectos e custos de produção elevados!
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ela - Sim, mas isso é apenas um limão dentro de água da torneira !
Calvin - Pois, mas tenho que reduzir os custos nalgum lado se quero ser competitivo
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ela - E se fico doente por beber "isso" ?
Calvin - "Não há garantias" é o nosso lema ... Além disso, tinha que vendê-lo mais caro se tivesse que cumprir com a Sanidade e o Meio Ambiente!
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ela - Tu estás é mal da cabeça ! Vou para casa beber uma coisa qualquer
Calvin - Está bem !! Deixa-me sem trabalho e sem negócio! É gente anti-sistema como tu é que arruína a economia!
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Calvin - Preciso de um subsidio.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

31 de Janeiro - crise económica mudar consciências


Face à actual crise económica do capital, que os diversos poderes pretendem fazer recair sobre nós e cujos efeitos os comentadores das mais diferentes cores e paladares fazem recair sobre as populações, apenas se diferenciando por mais ou menos intervenção estatal para promover a defesa do sistema capitalista, a Tertúlia Liberdade e a Alternativa Libertária decidiram unir esforços e apelar a uma posição e intervenção bem diferentes.

Na sequência do encontro que promovemos em Dezembro passado no Museu da República e Resistência vamos organizar uma sessão no próximo sábado 31 de Janeiro, na Associação Abril/Casa do Brasil. Desta vez iremos apresentar propostas práticas à apreciação dos presentes, para podermos encontrar caminhos de saída para o atoleiro em que o iníquo sistema do domínio e da exploração nos mergulhou.

Agimos sem desajustadas e falsas pretensões vanguardistas ou hegemónicas, nem interferências partidárias ou de outra ordem. Queremos contribuir para uma saída comum de uma crise de que não somos responsáveis e nos recusamos a pagar. Defendemos a auto-organização das populações e acreditamos na conhecida máxima "a emancipação dos trabalhadores terá de ser obra dos próprios trabalhadores", por isso te convidamos a participar neste encontro.


Vem ter connosco sábado 31 de Janeiro entre as 15 e as 18 H à sede da Associação Abril/Casa do Brasil na Rua S. Pedro de Alcântara, 63-1º Dtº em frente ao elevador da Glória. Lá esperamos por ti, pelo teu contributo e dos teus amigos.