quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Onda Livre de novo no ar

A "Onda Livre" o programa de rádio da Tertúlia Liberdade está de novo no ar. Escuta aqui:

Penúria alimentar

SOBRE A PENÚRIA NA ALIMENTAÇÃO


Quantos de nós se querem alimentar e não podem, passam fome ou comem alimentos impróprios para a saúde? Milhões em Portugal, biliões no mundo. Porque é que se destroem alimentos, enquanto tanta gente passa fome e luta com dificuldades para se alimentar? Porque é que se deita o peixe pescado ao mar, se deixa apodrecer a fruta e se abandonam os campos que poderiam produzir alimentos? Tantas perguntas e tão poucas respostas, para além da conversa da treta dos mercados, da crise e por aí fora. Tudo isso dito em tom que não admite resposta pelos políticos, economistas, propagandistas desta situação e outros simuladores da mesma espécie. Todos eles se apresentam bem nutridos, reluzentes, brilhantes e bem vestidos, e não fazem ideia do que são dificuldades. Embora todos nos assegurem que este é um problema muito complexo dos tais mercados, que todos ignoram menos eles, e é preciso apertarmos ainda mais o cinto para que venha aí um maná de prosperidade num futuro desconhecido..

É essencial combater esses aldrabões enfarpelados, as suas mentiras e falsas promessas, se quisermos sair do lodaçal em que esta corja nos mergulhou. Antes do mais, convém salientar que nesta organização social existente, o capitalismo, todos os actos dos capitalistas têm uma intenção fundamental, a obtenção de lucro. Ganhar dinheiro e ter segurança no capital investido, é o que interessa aos capitalistas, donos de super mercados, bancos, sociedades de investimentos, propriedades agrícolas, fábricas e todos os restantes factores de produção, de troca e financeiros. Essa gente é que decide, sem nos consultar nunca, o que devem fazer. Fecham fábricas, deixam os campos ao abandono, especulam, jogam na bolsa, fazem guerras e muito mais, com um único objectivo, o lucro, o seu guia, deus e senhor. Não lhes interessam as necessidades do povo, e o seu sofrimento. Limitam-se a controlar-nos, sobretudo com propaganda e repressão de toda a ordem. Prosperam a fazer promessas de um futuro distante e, quando muito, concedem-nos uma caridadezinha, sempre muito útil na ausência da justiça. Mas receiam a liberdade verdadeira, que acompanha a dignidade e a igualdade. Esta igualdade só está presente no voto, mas é uma miragem na justiça social, que os aterroriza. A igualdade e a propagandeada democracia são completamente ignoradas por exemplo no local de trabalho, na justiça e na distribuição da riqueza produzida. Esta sociedade apregoa-se democrática mas somos obrigados a obedecer a tudo o que querem os chefes e patrões e a suportar que essa gente do mando e da riqueza esteja cada vez mais rica, enquanto o povo fica cada vez mais pobre. Onde estão a liberdade e a justiça?

Essa gente do dinheiro joga, por exemplo, na Bolsa de mercadorias de Chicago, onde se transaccionam as matérias-primas do mundo inteiro. Podem comprar seja o que for, como o trigo a 20 euros a tonelada, mas nem sequer querem o trigo, é pura especulação. Ficam com um titulo de compra para dali a 1 ano, por exemplo, receberem esse trigo a 20 euros/tonelada e nem sequer o utilizam. Tratam de o revender a um preço mais elevado a outros especuladores, retirando lucros chorudos. Esses outros muitas vezes também vendem esse título de compra a um preço ainda mais elevado, ficando com a diferença, ou seja, obtendo bom lucro. E isto acontece inúmeras vezes. Resultado, o preço de 20/euros a tonelada acaba por ficar a 35 ou mais e muitos desses compradores ficam-se apenas pela especulação, nem sequer se servem da mercadoria real. Por isso os preços do trigo, como os de muitos alimentos, aumentam brutalmente e muitas pessoas não conseguem depois adquirir os produtos que tem o trigo como matéria-prima, casos do pão, das massas e tantos e mais. E isto passa-se com tudo, carne, peixe, fruta e por aí fora.

Mas também dentro de um país, como em Portugal, a especulação floresce e os bancos, que financiam os proprietários, na agricultura como outras fases da produção, pedem juros exorbitantes pelos empréstimos. Quem paga tudo isso? O consumidor naturalmente e por isso, aqueles de poucas posses, muitas vezes não conseguem alimentar-se devido aos preços elevados e aos baixos salários e reformas.

No meio de tudo isto o Estado apoia estes salteadores do povo, e invoca a crise e outras cortinas de fumo apenas com uma intenção, evitar que reivindiquemos aquilo que é nosso, fruto do nosso trabalho, passado e presente.

Alguns podem perguntar, mas não há leis que evitem isto? Há leis, claro, feitas e sobretudo aplicadas, pelos interessados em que tal estado de coisas se mantenha. Leis concebidas para defender estes exploradores e afastar-nos da defesa dos nossos interesses.

“Escolham os vossos representantes”, dizem os políticos profissionais, durante os períodos eleitorais, mas nós, que sustentamos toda a engrenagem com o nosso trabalho, não podemos alterar esta roubalheira, nem somos ouvidos quando eles concebem as leis do nosso descontentamento. A igualdade nesta democracia é só de 4 em 4 anos, perante o voto. E, no entanto, somos nós que temos produzido toda a riqueza ao longo dos séculos. O poder do estado é destinado a defender essa canalha. Já viram alguma vez a policia ir prender um capitalista que nos mente e explora? Mas se ocuparmos a fábrica em protesto, não faltam polícias para nos atacarem. E também nunca se viu um político profissional no desemprego.

A ligação entre os capitalistas e os chamados homens de estado é mais do que evidente, saltam a cada momento de um taxo do estado para o de uma companhia ou banco e vice versa, e defendem os mesmo tipo de interesses, ou seja, o domínio sobre o povo e a exploração.

É chegada a altura de reflectirmos sobre tudo isto, de dizermos basta! e agirmos de forma autónoma e livre. Antes que esta gente do dinheiro e do poder nos reduza a pão e água, para entregarem mais dinheiro aos bancos e manterem esta cruel e caduca organização social.

TERTÚLIA LIBERDADE


(Texto distribuído no Barreiro durante a acção do Comida!Bombas não.)

domingo, 12 de dezembro de 2010

No Barreiro com Comida! Bombas Não e Ritmos de Resistência


No domingo 5 de Dezembro, a Tertúlia Liberdade, deu inicio a um processo de intercâmbio e colaboração com o grupo Comida! Bombas não, do Barreiro. Esta foi a 1ª primeira etapa dessa cooperação. Outras se seguirão, havendo já proximamente uma vinda da Comida! Bombas, até nós, em Lisboa. Pensamos que outras iniciativas deste tipo se podem desenvolver, envolvendo grupos autónomos, libertários e específicos, numa cooperação necessária e desejável. Este foi o 1º passo.


Vários elementos nossos estiveram presentes no decorrer do almoço vegetariano fornecido pelos Comida! aos que passam fome, devido à miséria social que aumenta assustadoramente por todo o país, como sabemos. Mas, este não é mais um acto de caridadezinha, os voluntários do Comida! conversam com as pessoas, procuram explicar o que são o domínio e exploração capitalista, que dão origem estas situações e desigualdades, a par de um desperdício insultuoso e destruição de alimentos por razões de ganância e do lucro que tudo comanda. Os elementos da Tertúlia, também almoçaram com os amigos, integraram-se nesse espírito e falaram com as pessoas que visitavam o local ao ar livre, com uma simples cobertura,, apesar da chuva intensa. Foram feitas até algumas entrevistas para o nosso programa radiofónico "Onda Livre!”

Colaborando connosco estiveram presentes os Ritmos da Resistência, que tocaram os seus tambores, animaram o acontecimento e confraternizaram com todos.

Também, entregámos muitos sacos com roupa para ajudar os desempregados, sub- empregados e sem casa, presentes. Diversos textos da nossa Tertúlia, incluindo um sobre as origens das desigualdades e da penúria alimentar, foram entregues pela nossa Tertúlia.

Do diálogo estabelecido, levantou-se também a possibilidade de apoiarmos a criação de uma Tertúlia noutra localidade. Resumindo foi uma acção bem positiva.

sábado, 27 de novembro de 2010

Generalizar as práticas de luta

GENERALIZAR AS PRÁTICAS DE LUTA HOJE… E AMANHÃ

Em FRANÇA apesar de oito dias de acção consecutivos e de cerca três milhões e meio de pessoas nas ruas, as manifestações não nos permitiram ser devidamente ouvidos. Isto não é uma surpresa, mas muitos de nós já quase o tinham quase esquecido. Então surgiram em França por toda a parte bloqueios de refinarias, de centros de tratamento do lixo e de muitas outras empresas. Inquestionavelmente, a obstinação do Estado e das entidades patronais para impor a sua reforma levou o movimento social a recuperar práticas de luta desaparecidas há muito tempo.
O movimento social contra a lei das pensões de Reforma levou à redescoberta de práticas inter-sindicais de base, assentes na representatividade no terreno. Apesar das diferenças entre os vários sindicatos, muitos dos trabalhadores privilegiaram os seus interesses, preferindo desenvolver uma mobilização em conjunto, em vez de desfilarem atrás das bandeiras dos seus sindicatos.
Há muitos anos que as lutas eram sobretudo sectoriais ou por empresas. A mobilização contra a lei da Reforma permitiu a redescoberta de acções, onde se misturaram todos os ofícios e indústrias, cada uma apoiando o outro com um objectivo comum.
Muitas vezes apontada e desacreditada, a acção directa dos trabalhadores desenvolveu-se consideravelmente nas últimas semanas. No seu sentido original ou seja, longe da violência individual ou de um vanguardismo que nenhum efeito tem, mas sim organizando acções sindicais na base, sem esperar pela luz verde dos líderes e sem delegar em representantes que negociam sem tomar em conta a vontade dos trabalhadores e trabalhadoras.
As assembleias-gerais soberanas têm aumentado tanto no sector público como no sector privado e também as assembleias por sector ou interprofissionais para colectivamente decidir sobre a continuação ou não da greve e das acções, respeitando as decisões tomadas autonomamente pelos trabalhadores e seus colectivos de trabalho.
Quando os funcionários duma empresa não podem fazer greve todos no mesmo dia ou quando existem trabalhadores precários e isolados, os sindicatos têm tomado a iniciativa de constituir «fundos de greve» e promovido bloqueios feitos por companheiros vindos de outras empresas evitando assim penalizações para os trabalhadores da empresa bloqueada. Este movimento tem aumentado a consciência de classe frente ao patronato e ao Estado. Temos todos os mesmos interesses e somos todos solidários.
Ao contrário do que afirma a propaganda do Estado, as greves que se prolongam por mais dias e se estendem a mais regiões e os bloqueios de empresas não foram uma escolha dos trabalhadores, mas uma necessidade. As greves não podem ser reduzidas apenas a um dia com desfiles de rua controlados pelas forças policiais. A história ensina que os nossos direitos, as nossas conquistas sociais foram arrancadas (e não pedidas educadamente) por lutas muito difíceis utilizando geralmente como único meio à disposição dos trabalhadores e das trabalhadoras a greve e o bloqueio da produção no local de trabalho. Foi o que redescobrimos no movimento de luta contra a lei das Reformas. Será com estas práticas de ajuda, entre gerações e com base na acção colectiva e na solidariedade de classe, que conseguiremos ganhar no futuro.
Continuaremos a desenvolver no momento actual e daqui por diante a unidade sindical na base, a decisão colectiva em assembleias-gerais soberanas, para permitir que todos os grevistas se apropriem da luta. Continuaremos a acção colectiva de bloqueio de empresas e das estradas de acesso às áreas onde é produzida a riqueza. Continuaremos compartilhar informações sobre as lutas e iniciativas e sobre a solidariedade interprofissional. Continuaremos a constituir «fundos de greve» que nos permitam manter-nos e vencer. Continuaremos a convocar greves prolongadas no tempo ou rotativas de forma a bloquear a produção de riqueza e de lucros.
CNT-F (Confederação Nacional do Trabalho - França)
Tradução de Georges

sábado, 20 de novembro de 2010

Contra a Guerra Contra a NATO


A Tertúlia Liberdade, colectivo baseado na solidariedade, liberdade e auto-organização, enquanto defensora da autonomia, do anti-militarismo e do pacifismo, é contrária a todas as guerras e consequentemente contrária a todas as organizações militares como a NATO.

Por isso comungamos das reivindicações de todos aqueles que manifestam a sua indignação e protestam contra a reunião da organização militar - terrorista NATO em Lisboa destinada a implementar uma estratégia de ataque aos povos de todo o mundo.

Associamo-nos aos protestos participando na manifestação contra as guerras e a NATO, esta tarde na Avenida da Liberdade. Sob o lema com que satirizamos essa organização militar- terrorista "PASTEL DE NATA SIM, PACTO NATO NÃO".


Encontramo-nos hoje sábado, às 15 horas junto ao Diário de Notícias no Marquês de Pombal, de onde partiremos com flyers e pancartas com essa inscrição de forma autónoma. Convidamos todos os nossos amigos e amigas a participarem connosco nesta manifestação.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

a tertúlia na andaluzia com o sindicato de obreros del campo SAT/SOC


No fim-de-semana do 5 de Outubro tivemos a oportunidade de visitar alguns projectos andaluzes que se constituem com uma forma de organização diferente da maioria daquilo que conhecemos, tendo como traço comum a importância dada à organização democrática horizontal. Visitámos o SOC/SAT (Sindicato de Obreros del Campo e del Medio Rural de Andalucia/ Sindicato Andaluz de Trabalhadores), o município de Marinaleda e a cooperativa La Verde de Villamartín.

Partimos de Lisboa no Sábado de manhã e chegámos a Benamahoma ao final da tarde, onde ficámos alojad@s em casa de um companheiro conhecido de viagens anteriores. Uma recepção calorosa e pouco depois já estávamos à volta da mesa a beber vinho de produção local e a definir pormenores da nossa visita.

Domingo visitámos o rancho do Bartolo com as suas cabras, das quais retira o leite com que faz o tradicional queijo. O Bartolo é um homem de 86 anos que apesar da idade mantém intacta a lucidez política. Ele e o seu irmão, onze anos mais novo, contam-nos aquilo que acham da actual crise económica, indo muito além do que estamos habituad@s em terras lusas, através do questionar profundo do papel da banca e dos partidos políticos na actual crise. Para estes homens a especulação financeira, o papel da banca e do poder político no despoletar da crise são evidências que conhecem e discutem com profundidade exemplificando com o que se passou em Espanha. Depois da visita ao rancho, descemos da montanha e rumámos a Cádiz. A tarde de Domingo foi para visitar a cidade e apanhar sol na praia.

Na segunda-feira visitámos Marinaleda, onde o compa Rafa nos conduziu numa visita à povoação, respondendo as todas as nossas questões e abrindo-nos a porta de sua casa para que pudéssemos ver como são as casas auto-construídas de Marinaleda. Visitámos primeiro o Ayuntamiento, o orgão de poder local mais próximo das populações, algo como a junta de freguesia em Portugal. Aquilo que logo saltou à vista foi ver o gabinete do presidente, que em Portugal muitas vezes está pouco acessível, situar-se mesmo à entrada, de porta aberta. A sensação de proximidade e disponibilidade foi imediata. O nosso guia disse-nos que mais que uma sensação, a proximidade das pessoas com o governo da sua terra é real, pois sempre que necessário são convocadas assembleias-gerais para decidir sobre questões importantes no município. A qualquer pessoa é permitida a participação na assembleia.

Em seguida visitámos a cooperativa, onde de momento se processam os pimentos, e depois a quinta El Humoso, cujos 1200 hectares produzem tudo aquilo que a cooperativa vende, maioritariamente pimento, alcachofra, azeitona, azeite. A mecanização é evitada enquanto geradora de desemprego. Não deixam contudo de existir algumas máquinas, pois a cooperativa compete no mercado livre, onde as preocupações com o emprego e a qualidade de vida das pessoas são um valor subalterno.

Apesar do que já dissemos noutros textos sobre Marinaleda e o SOC, convém recordar que estes 1200 hectares que dão trabalho a 500 pessoas com um salário diário de 47€ são geridos de forma directa. Foram conquistados a um latifundiário que empregava apenas quatro pessoas deixando as terras ao abandono enquanto a população à volta morria de fome. Através da ocupação das terras e subsequente luta, foi possível devolver a terra à população para benefício de todos.

Ao voltarmos do campo, fomos almoçar no bar da União Local do SOC. Debaixo de uma aparência normal surgiam pequenos indícios de que algo diferente ali se passa. Algumas pessoas envergavam camisetas, ou t-shirts, com frases alusivas a outras lutas, como o caso dos Zapatistas no México. Se em Portugal isto também acontece, não acontece certamente com pessoas maduras do campo mas apenas com jovens activistas citadinos. Aqui, em Marinaleda, o sonho contínua vivo em todos e presente na realidade quotidiana. Outro indício foram os dois cartazes com informação alusiva à povoação. Um abordava os Domingos Vermelhos em que a população se reúne para trabalhar em conjunto em benefício da sua terra de acordo com o decidido em assembleia. O outro era um Pai Nosso camponês, em que se exaltava o amor à terra andaluza.
Findo o almoço, foi tempo de nos reencontrarmos com o Rafa para conhecermos as casas auto-construídas. Sendo ele um dos habitantes dessas casas, pode explicar-nos em primeira mão como funciona esta proposta habitacional. Qualquer pessoa que viva em Marinaleda há pelo menos quatro anos se pode candidatar a uma destas habitações. Se escolhida compromete-se a colaborar na construção da sua habitação, desde o seu início até que termine. Finda a construção, fica a pagar uma renda mensal que ronda os 15€ durante 20 anos. Para evitar especulação com a habitação, não é possível pagar adiantada a mensalidade e ficar com a propriedade da casa. O terreno de implantação é cedido pelo Ayuntamento e os materiais pela Junta da Andaluzia. As casas têm todas os mesmos traços gerais, para normalizar os gastos, sendo depois cada pessoa livre de acrescentar ou modificar partes da estrutura. A casa padrão tem cozinha, sala e quintal na zona térrea e três quartos no primeiro andar. Pareceu-nos um local aprazível para se viver, a preços muito acessíveis, sendo a habitação realmente um direito de quem vive em Marinaleda.

Terminado o tempo de visita, que foi muito mais curto do que aquele que nos permitiria entrar nos pormenores, rumámos em direcção a El Coronil para visitar o Centro Obrero Diamantino Garcia onde reúnem os activistas do SOC. Aqui explicaram-nos como o sindicato funciona e a experiência que têm tido com a actividade partidária. De lembrar que nos anos 80 o SOC criou um partido político, a CUT – Colectivo de Unidade dos Trabalhadores, que se inseriu numa plataforma de movimentos de esquerda, todos agrupados sob o nome de Izquierda Unida. À semelhança de Marinaleda, as decisões mais importantes são tomadas em assembleia geral, de certa forma como acontece com as cooperativas em Portugal, mas com a diferença de que na Andaluzia, fruto da cultura local, existem de facto inúmeras assembleias por ano. Enquanto El Coronil foi um município dirigido pela CUT manteve-se a mesma forma de funcionamento do SOC, sendo os/as vereadores/as eleitos/as executantes da vontade popular.

Um facto importante que nos foi relatado é a dificuldade existente em activar as camadas mais jovens da população, já que estas se apresentam na maior parte das vezes desinteressadas da luta política - política, não partidária, convém sempre frisar – a luta que lhes permitiu melhorar as suas condições de vida e permite ir respondendo aos ataques do capital, do despovoamento e da alienação. Mesmo assim o SOC tem feito inúmeros workshops sobre sindicalismo dirigidos aos mais jovens.

Outra experiência iniciada pelos vereadores ligados ao SOC foi a das hortas comunitárias para reformados. O município cedeu terrenos aos reformados que podem assim ocupar o seu tempo livre cultivando produtos hortícolas.

Finda a visita, voltámos à nossa base em Benamahoma, para a última noite antes do regresso e para conversas descontraídas à volta de música e vinho.

Terça-feira, foi o dia de visitar o último local a que nos tínhamos proposto, a cooperativa La Verde de Villamartín, onde uma acção de florestação há alguns anos torna possível um ambiente fresco mesmo em dias de sol outonal ainda quente. Espreitámos a estufa com as pequenas plantas a nascer, vimos o banco de sementes e conversámos com as duas padeiras, que preparavam a massa, cerca de 70 quilos, para vir a ser cozida no forno tradicional e que dará para os pedidos que lhes foram encomendados.


Foram horas mais descontraídas, em que o caminho de regresso e os planos que queríamos alinhavar nos começavam a ocupar mais a mente. Tempo de despedida de quem nos abriu as portas das suas casas e nos mostrou o espírito que anima os seus afazeres diários. Última oportunidade para nos imbuirmos desse mesmo espírito, dessa mesma garra e trazê-la para Portugal, para inspirar toda a gente que neste lado deseje construir uma vida assente na emancipação, participação e solidariedade.

sábado, 16 de outubro de 2010

Por uma globalização favorável aos povos

UMA GLOBALIZAÇÃO FAVORÁVEL AOS POVOS, NÃO AO CAPITAL
O que constitui, de facto, a era actual da globalização? Há muito quem entenda que o ponto de partida da globalização é o intenso comércio entre as nações, intensificado pela abertura das fronteiras e o embaratecimento dos transportes. Mas o comércio entre as nações já existe desde que o capitalismo se tornou um sistema mundial. A particularidade que possui a actual fase capitalista, na área económica, prende-se com a chamada deslocalização e livre movimento de capitais, e, por isso mesmo, de investimentos. A deslocalização permite uma modificação estrutural: passar de uma lógica de intercâmbio comercial para uma estratégia estabelecida pelas companhias multinacionais, É assim possível sair de uma lógica de relações internacionais entre as nações para uma lógica das companhias multinacionais, e para uma forma nova de elaboração das mercadorias. Agora já não é só o capital que não tem pátria, também as pátrias não têm capital; uma parte das mercadorias são elaboradas num país e outras partes são-no noutros países.
Foi despedaçado o antigo espaço homogéneo do capital e do trabalho. O capital adquire cada vez mais uma característica fluida que o torna na aparência impossível de ser apreendido, a confrontação entre o trabalho e o capital encontra-se mediada por uma rede de complexas relações mercantis e por um aparelho jurídico que muitas vezes conseguem a sua diluição, mas, no entanto, a exploração existe como nunca na história.
Com tudo isto, o desenvolvimento capitalista, a burguesia nacional, o mercado interno, o capitalismo nacional, uma aliança entre as classes sociais, não são mais, actualmente, do que aspirações ultrapassadas e sem sentido. A pergunta que tem de se fazer não é, portanto, o que fazer com os pobres, mas sim como é que nos desembaraçamos dos ricos. Não são muitos e têm poucas raízes sociais.
Segundo informa o organismo da ONU para a alimentação, a FAO, cerca de 900 milhões de pessoas sofrem fome no mundo. Em cada 4 segundos morre uma criança, quer dizer que morrem 7.784.000 por ano. Na verdade, vivemos uma espécie de guerra mundial do capital contra as crianças. Enquanto isto, os gastos militares entre 2002 e 2007 foram de 2 biliões 1444 mil milhões de dólares e gastam-se anualmente 13 mil milhões de dólares na compra de perfumes nos EUA e na UE
Como dizia Segismund Freud, o estado tem o monopólio da injustiça. O estado proíbe um indivíduo de fazer uso da injustiça, não porque queira aboli-la, mas sim porque quer monopoliza-la. O estado beligerante permite-se todas as injustiças, todos os atropelos que desonrariam um indivíduo.
A globalização vigente foi facilitada pelos diversos estados, que atapetaram o percurso às empresas multinacionais, com uma desregulação e legislação feitas á medida para que as companhias possam aproveitar as necessidades e as diferenças existentes entre as diversas nações, de forma a reduzirem os custos e aumentarem os proveitos. Essas companhias sabem perfeitamente tirar partido de custos salariais mais reduzidos, assim como de leis laborais mais favoráveis ao capital, créditos mais baratos e incentivos variados, acompanhadas de legislação laboral, fiscal, ambiental, de expatriação de capitais e outras, que reflectem uma competição entre os estados para atrair o capital.
Tentar opor a esta realidade, um capitalismo nacional, tão ou mais explorador que o internacional, não tem sentido e chega a ser reaccionário. As empresas “nacionais”, são elas também internacionalizadas através das dependentes relações financeiras, económicas, comerciais, tecnológicas, entre outras.
O povo trabalhador para se emancipar terá de combater o poder das companhias multinacionais, que constituem o coração do capitalismo e necessita de gerar uma frente de apoio mútuo e solidariedade internacional com os seus colegas de outros países. Como resposta ao poder do capital, que se internacionalizou e tem uma estratégia global., as lutas nacionais terão de assumir uma atitude adequada, adoptando uma perspectiva internacionalista. A nossa luta é semelhante à dos trabalhadores franceses, dos camponeses espanhóis ou dos grevistas gregos. O adversário é o mesmo e hoje, quando na Europa o capital ataca os trabalhadores de toda a UE, não faz distinção de nacionalidades. Os capitalistas e os estados sabem que não lhes chega agravar a exploração dos trabalhadores de um só país europeu, tal agravamento só faz completo sentido se explorarem mais todos os outros. A igualização que eles pretendem é destruir por igual tudo aquilo que foi conseguido ao longo dos tempos através dos combates do proletariado. O que essa corja pretende é nivelar por baixo. O pretexto é a crise, a crise que eles criaram com as suas especulações e ambição, e agora exigem que sejamos nós a pagá-la. Mas não se ficam por aqui, com o apoio dos diversos governos, procuram retirar-nos tudo aquilo que tanto nos custou a conquistar.
Perante semelhantes manobras teremos de responder com uma luta enérgica, uma luta de carácter internacionalista. Através de processos que nos liguem aos nossos colegas da UE, que estão sofrendo os mesmo ataques que nós e a todos os trabalhadores do mundo.
Apenas uma globalização dos trabalhadores, do povo em geral, poderá vencer esta guerra, que os “senhores” do capital e do estado nos declararam. Estamos fartos do seu domínio, da sua exploração, da sua propaganda, dos seus papagaios, das suas guerras e das suas mentiras.
Queremos um mundo novo, livre e solidário. Só assim poderemos viver em paz. As guerras são uma consequência inevitável dos interesses do estados, agressivos pela sua própria natureza, e, hoje mais do que nunca, servos do capitalismo, que, de todas as formas, por mais cruéis que sejam, procura aumentar os seus lucros Como é o caso das guerras, de todas as guerras, que os povos sofrem, com as populações dizimadas e estropiadas e as cidades e os campos destruídos. Enquanto a guerra e a morte se abatem sobre os povos, os capitalistas lucram sempre! Através dos negócios de guerra em que se envolvem e ninguém controla, e com a militarização do trabalho e de toda a sociedade, em que todos somos obrigados a obedecer sem recalcitrar. A guerra é um benefício para o capital, por isso as guerras não cessam.
A essa estratégia de guerra teremos de opor uma bússola para a paz. Começando por estabelecer contacto e apoio mútuo com os nossos colegas estrangeiros e deste modo apercebermo-nos que também eles vivem situações semelhantes à nossa. Também eles são submetidos ao domínio e exploração do capital e restringidos na sua liberdade quando o estado bem entende.

A solidariedade internacionalista é o caminho que teremos de seguir para nos opormos consequentemente à guerra que nos foi declarada pelo estado e pelo capital. E só através dessa solidariedade será possível atingir a paz.
Texto distribuido na iniciativa Vamos à Luta que decorreu quinta-feira no Largo de S. Domingos em Lisboa.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Democracia, afinal do que se trata? Texto distribuido no Vamos à Luta 2010

DEMOCRACIA, AFINAL DO QUE SE TRATA?

Todos os políticos nos provocam constantemente com esta a palavra, democracia. Recordemos que este vocábulo significa o poder do povo. Será este poder aquele em que vivemos? Este conceito tornou-se usual a partir da Revolução Francesa de 1789, quando o povo conseguiu dar um enorme passo, depois estendido por toda a Europa. Tratou-se do derrube da monarquia absoluta, durante a qual o rei todo-poderoso, dominava e explorava as camadas populares a seu bel-prazer, com o apoio e benefício da aristocracia que o rodeava. Nessa altura, a burguesia estava numa ascensão necessariamente oposta e em conflito com os interesses da aristocracia dominante. Nesse contexto invocava-se junto de todo o povo a célebre trilogia, Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Mas, desde logo se constatou que essa aspiração, presente na proclamação de muitos dos principais mentores do movimento, era impossível, ou seja, o estabelecimento duma igualdade ideal, no seio da desigualdade material.

Um dos fundamentos desta democracia é a Igualdade. Mas trata-se apenas da igualdade perante os direitos políticos, traduzida fundamentalmente no voto. O homem oprimido socialmente, explorado economicamente, esmagado e que sofre, não existe perante uma ilusória liberdade política. Enquanto não conseguir a igualdade económica e social, a igualdade política será uma mentira. A igualdade e liberdade democrática existente, é apenas política, por isso constitui uma base de dominação dos poderosos sobre o povo.

Tais princípios conduziram ao absurdo actual. Hoje, na Europa, as medidas mais importantes, que condicionam a vida de todos nós, nem sequer são legisladas pelos deputados de cada país, mas sim pelos comissários, pelos lobys e através das pressões das grandes empresas, junto dos decisores da União Europeia. É em Bruxelas, que as mais importantes políticas económicas, laborais, ambientais, de consumo e de toda a ordem, são tomadas. E não por indivíduos que tenham sido eleitos, mas sim por essa gente não eleita pela população, como, por exemplo, o chefe deles, o Durão Barroso. Este fulano não foi sequer eleito pelos europeus. Junto da União Europeia estão representadas as principais empresas e sectores económicos do continente, que pressionam, quando não ordenam, aquilo que deve ser feito para que sejam adoptadas as melhores políticas que lhes facilitem a segurança e a obtenção de lucros. A União Europeia é, sem a menor dúvida, o conselho de administração do capitalismo europeu e não a União dos Povos Europeus.

Mas ainda que a burocracia europeia tivesse sido eleita, que credibilidade oferecia? Por exemplo, já se viu um político profissional desempregado, a caminho do centro de emprego? Há algum político na situação de trabalhador precário? O que se torna indispensável a esta organização social existente é sancionar os profissionais da política, ou seja, aceitá-los, quantas vezes como um mal menor, como os chatos provenientes de uma noite de prazer sem cautelas, ou seja, é preciso votar. Votem num ou votem noutro, mas votem. Votem no Tretas, votem no Cartolas, votem no Boa Vida. Votem!. Lá vem a campanha de evangelização, que somos obrigados a pagar e a aturar. Cartazes, aventais, papelada colorida, apostolado televisivo, lixo de toda ordem, noite e dia, prendem-nos a atenção a cada instante. As gentes comentam o valor das promessas feitas; não que ignorem que jamais serão cumpridas, mas para ficarem com um pouco de ilusão Vão aos encontros com os candidatos e escutam o orador que trincha fatias de felicidade e debita pequenos pacotes de reformas.

É esta a igualdade que é reconhecida à população, um acto político, constituído pelo sufrágio universal, directo e secreto. Quanto a tudo o resto, nem é bom falar. Para os fulanos do poder é completamente inconveniente que exijamos a democracia no trabalho e a igualdade de facto.

Nesta suposta democracia, a subordinação do poder político aos interesses económicos assume, hoje em dia, um despudor evidente. Por isso se fazem as leis que mais interessam aos capitalistas (alcunhados de empreendedores e empregadores), subordinam-se totalmente os trabalhadores aos interesses do capital, como nas situações da precariedade, da polivalência, do desemprego, dos baixos salários, da intensificação dos ritmos de trabalho, do autoritarismo patronal e da flexibilidade. A passagem de político a gestor do capital, assim como o percurso inverso, é prática corrente. Acompanhando tudo isto, a máquina de propaganda do estado enverga a camisola dos capitalistas, para nos converter ao seu credo do domínio e da exploração. Semelhante rumo é o melhor para todos nós, o único que podemos seguir, urram os evangelizadores de serviço a todo o instante. A crise não permite outra coisa, senão sacrifícios ao povo, garantem-nos os profissionais da política, acolitados pelos mercenários da caneta ao seu serviço. É esta mesma malta que, enquanto isso, gaba os aumentos dos lucros dos bancos e não é parca em elogios para uma empresa “portuguesa” que faça negócios noutro país. Mas, convém perguntar, o que está em Portugal é de todos os portugueses?

Nesta democracia, a participação do povo na actividade política, onde se forjam as medidas que nos infernizam a vida, é dissuadida e, se acaso pretendemos apresentar alternativas a esta organização social e económica, somos ignorados e caluniados. No caso de escaparmos “à voz do dono”, e apresentarmos um qualquer projecto alternativo, podemos contar com uma certeza. Jamais tais propostas irão aparecer nos meios audiovisuais dominantes, seremos ignorados e hostilizados, embora nos garantam que, nesta bizarra democracia, está garantida a liberdade de informação.

Quanto ao acto eleitoral, há outros aspectos bem curiosos. São realidades que os poderes dominantes procuram cuidadosamente escamotear. Por razões evidentes os poderes do espectáculo montado para anestesiar as nossas consciências, afastam para um qualquer music-hall permanente semelhantes realidades. Como seja o facto de os partidos políticos, além de receberem consideráveis maquias pagas fundamentalmente através dos impostos dos assalariados, se terem apoderado da traquitana do estado. Só os partidos detentores do monopólio do poder político, se podem candidatar às eleições. Mais ainda, nesta espantosa democracia, quando se apresenta, um candidato exibe um programa. O que vale semelhante rol de promessas? Desde logo, poucos são os que o lêem e menos ainda os que o compreendem. De semelhante rol programático avultam, em geral, 2 ou 3 ideias ou promessas básicas. O eleitor, baseado nas tais ideias base, escolhe, por hipótese, o partido B e vota nele.


Pergunta-se, entre uma enormidade de matérias, é alguma vez possível que o candidato do B, pelo distrito A, saiba tudo aquilo que vai debater nas suas funções? Desde obras portuárias a supositórios, de guerras a sabão líquido, de jardins públicos a desporto de alta competição, de alimentação açucarada a passes sociais, de tuberculose a caminhos-de-ferro? Isto tudo, como exemplo reduzido. Não sabe mas vota, da forma que o chefe lhe ordena. Dizem-nos que, nestes casos, o deputado é apoiado por especialistas. Para que serve ele então, nesse caso? Deste modo, também o povo poderia seguir, e de melhor forma, semelhante percurso, não só em situações desse tipo, como também nas grandes áreas económicas e sociais e nas empresas. Neste domínio, uma outra questão se coloca, o eleitor, quando vota, sabe o que é que vai ser feito nessa multiplicidade de domínios? Naturalmente que não, terá que confiar no sujeito em quem vai votar. Mas ele também ignora quase todos os assuntos. E se, como é habitual, o sujeito eleito não cumpre com o prometido, no exercício das suas funções? Tudo isto não é completamente absurdo?

Perante este panorama, os democratas de fachada apresentam-nos uma só solução. Na próxima eleição votem noutro candidato. O que significa o seguinte. O cidadão eleitor, na única igualdade que lhe é concedida, a de votar, só tem uma coisa a fazer. Votar e calar-se durante quatro anos. Nesse período, mesmo perante as maiores tropelias dos seus eleitos, nada pode fazer senão aguentar. Quatro anos passados, chovem de novo as promessas e aí vai ele.


É esta a democracia que nos consentem!



Texto distribuido na iniciativa Vamos à Luta a decorrer às quintas-feiras pela 17 horas no Largo de S. Domingos em Lisboa (frente à Ginginha).

domingo, 18 de julho de 2010

Sylvie Tissot - As palavras são importantes


SÁBADO 24 DE JULHO ÀS 21 HORAS
NA LIVRARIA LETRA LIVRE - GALERIA ZÉ DOS BOIS
RUA DA BARROCA, 5 (BAIRRO ALTO)

Sylvie Tissot, socióloga, investigadora e activista do colectivo «Les Mots Sont Importants» vai estar no próximo Sábado na Galeria Zé dos Bois para nos falar do seu colectivo e dum livro recentemente publicado de que é co-autora.

Esta obra é fruto de 10 anos de trabalho realizado pelo colectivo «Les Mots Sont Importants». Ali se fala das sondagens falsamente neutras, dos editoriais agressivos que nos procuram dar lições, da verdade orientada, das indignações públicas com geometria variável (segundo alguém é poderoso ou miserável, branco ou negro, católico ou muçulmano), das invenções do léxico, das evoluções ideológicas inquietantes e, enfim, da radicalização e da "descomplexização" do racismo, do sexismo e dos privilégios de classe.

A tradução estará a cargo de Georges militante da CNT-Paris. A iniciativa organizada pela Tertúlia Liberdade tem o apoio da Livraria Letra Livre.

Blogue do colectivo «Les Mots Sont Importants»

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tertúlia Liberdade apresenta SOC no Porto


A Tertúlia Liberdade apresenta o SOC (Sindicato dos Operários do Campo da Andaluzia) no Porto numa sessão que constará de um debate sobre a realidade deste sindicato diferente, anti-capitalista, não alinhado com partidos e que pratica a acção directa na luta intransigente pela melhoria das condições de vida dos seus associados e por uma nova organização social.


O SOC repousa sobre o terreno fértil da tradição anarco-sindicalista e conta com 20.000 filiados influenciando muita gente em toda a Andaluzia. Trata-se de uma organização quase desconhecida em Portugal. Um exemplo de esperança e de resposta revolucionária à crise actual.

Haverá ainda a projecção de um filme sobre as lutas promovidas pelo SOC e a exposição de fotografias e de elucidativos cartazes do sindicato.

Aparece

Sábado dia 26 de Junho pelas 21h 30m
CASA VIVA
Praça Marquês de Pombal 167 PORTO

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sessão na Galeria Zé dos Bois dia 5 de Junho

No próximo sábado, dia 5 de Junho, pelas 21,30h, a Tertúlia Liberdade, promove uma sessão sobre o SOC ( Sindicato dos Operários do Campo da Andaluzia) na Livraria Letra Livre, na Galeria Zé dos Bois, situada na Rua da Barroca, 5 no Bairro Alto.
Nessa sessão teremos oportunidade de mostrar fotografias do SOC e da sua actividade, que se estende pelos campos da Andaluzia, através da acção directa numa luta constante pelos 20.000 camponeses associados, com resultados assinaláveis e sem privilégios para os activistas.
Só assim tem sido possível, ocupar latifundios, organizar cooperativas agrícolas e de habitação para os camponeses e introduzir uma dinâmica anti-capitalista nas zonas rurais. Iremos estabelecer um debate com todos os presentes para esclarecermos esta realidade tão desconhecida e tão diferente do que se passa por cá.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vamos estar no Largo do Carmo


A Tertúlia Liberdade vai estar no Largo do Carmo na próxima sexta e sábado com um stand próprio. Vamos divulgar as nossas publicações, os nossos projectos e também os de associações amigas com quem vamos partilhar o nosso espaço. Aparece. Vem conviver, trocar ideias e celebrar a Liberdade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sábado estamos em Setúbal na Prima Folia


No próximo sábado, dia 10 de Abril, a partir das 21H, contamos contigo, na Cooperativa Prima Folia, em Setúbal. A Tertúlia Liberdade irá proceder à apresentação do SOC - Sindicato dos Camponeses da Andaluzia.

Trata-se de um sindicato diferente, que interessa dar a conhecer em Portugal. Tem 20.000 camponeses associados e luta através da acção directa contra a opressão, pela dignidade dos camponeses, pela terra e pela liberdade.
Não está controlado por nenhuma centra sindical, nem por partidos. Apenas 3 dos seus responsáveis são remunerados, mas sem privilégios, prestando contas às assembleias, que se reúnem regularmente.
Fomentam as cooperativas agrícolas em latifúndios que continuam a ocupar e a habitação boa e barata para os camponeses, geridas também através de cooperativas verdadeiras, em terras próprias ou adquiridas, em que fomentam a auto-construção e a entreajuda
Com estes processos desenvolvem um plano geral de habitação e urbanismo de boa qualidade e promovem um sentido de identidade e cooperação elevado.
Nós apontamos para o início da sessão às 21h. Levaremos uma exposição fotográfica e promoveremos também uma sessão de canto progressista ao vivo, bem como a projecção de fotos e um debate sobre uma realidade que conhecemos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sessão sobre o SOC na Ler Devagar em Alcântara


No próximo Sábado dia 30 de Janeiro a partir das 17 horas a Tertúlia Liberdade promove uma iniciativa sobre o Sindicato dos Obreros del Campo da Andaluzia SOC na Livraria Ler Devagar de Alcântara situada no espaço da Lx Factory na Rua Rodrigues Faria por detrás do Largo do Calvário.
O evento com o título Revolução: O Sindicato de Obreros Del Campo da Andaluzia SOC surge na sequência de uma visita que alguns membros da Tertúlia Liberdade realizaram à Andaluzia recentemente e pretende divulgar a realidade de um sindicalismo de luta e combate praticamente desconhecido em Portugal.
Da programação constam para além de um debate a projecção de filmes sobre a luta dos jornaleiros da Andaluzia, música ao vivo, um recital de poesia andaluza e exposições de fotografias e cartazes do Sindicato dos Obreros do Campo da Andaluzia.

Participa e Divulga

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Paulo Paixão já não está entre nós

Amigas e amigos,

Deixou-nos para sempre o Paulo Paixão, prostrado num leito do Hospital de Santa Maria pela enfermidade que o atormentava de há uns meses a esta parte.
Face à sua ausência a eloquência esgota-se e a saudade acompanha a dor num crescimento inclemente.
O Paulo Paixão, o amigo dotado de tanta humanidade e de um irmanar tranquilo com o ideal libertário.
Partiu para sempre o homem empenhado em causas, amigo de toda a gente, dotado de uma sensibilidade do tamanho do mundo, que ajudou a criar a nossa Tertúlia Liberdade.
Que todos nós nos inspiremos no seu exemplo.