INTRODUÇÃO: CAPTURADOS PELA ARANHA
DA DÍVIDA
por Ellen Hodgson Brown [*]
O presidente Andrew Jackson denominou o cartel bancário de "monstro de muitas cabeças, como a hidra a devorar a carne do homem comum". O presidente da municipalidade de Nova York, John Hylan, a escrever na década de 1920, chamou-a de "polvo gigante" que "captura nos seus longos e poderosos tentáculos nossos responsáveis executivos, nossos corpos legislativos, nossas escolas, nossos tribunais, nossos jornais e toda agência criada para a protecção pública". A aranha da dívida devorou propriedades agrícolas, lares e todos os países que ficaram presos na sua teia. Num artigo de Fevereiro de 2005 intitulado "A morte da banca" ("The Death of Banking"), o comentador financeiro Hans Schicht escreveu:
O presidente Andrew Jackson denominou o cartel bancário de "monstro de muitas cabeças, como a hidra a devorar a carne do homem comum". O presidente da municipalidade de Nova York, John Hylan, a escrever na década de 1920, chamou-a de "polvo gigante" que "captura nos seus longos e poderosos tentáculos nossos responsáveis executivos, nossos corpos legislativos, nossas escolas, nossos tribunais, nossos jornais e toda agência criada para a protecção pública". A aranha da dívida devorou propriedades agrícolas, lares e todos os países que ficaram presos na sua teia. Num artigo de Fevereiro de 2005 intitulado "A morte da banca" ("The Death of Banking"), o comentador financeiro Hans Schicht escreveu:
O facto de
ao banqueiro ser permitido conceder crédito várias vezes superior à sua própria
base de capital e de os carteis bancários, os bancos centrais, serem
autorizados a emitir dinheiro de papel fresco em troca de papéis do tesouro,
proporcionou-lhes almoços gratuitos para a eternidade... Através de uma rede
de aranhas financeiras anónimas a tecerem a teia, apenas um punhado de
Banqueiros Reis globais possui e controla isto tudo... Tudo, pessoas, empresas,
Estado e países estrangeiros, todo se tornam escravos aprisionados ao Banqueiro
pelos grilhões do crédito. [1]
Schicht
escreve que durante a sua carreira teve oportunidade de observar as manigâncias
das finanças a partir de dentro. O jogo ficou tão centralizado e concentrado,
afirma ele, que a maior parte da banca e das empresas dos EUA está agora sob o
controle de um pequeno grupo fechado de homens. Ele denomina o jogo de
"aranhas tecelonas". As suas regras incluem:
- Tornar invisível qualquer
concentração de riqueza.
- Exercer controle através de
"alavancagem" – fusões, tomadas, cadeias partilhadas de holdings
em que uma companhia possui acções de outras companhias, condições
anexadas a empréstimos e assim por diante.
- Exercer administração e
controle pessoal duros, com um mínimo de iniciados (insiders) e de
homens de fachada, os quais têm apenas um conhecimento parcial do jogo.
O falecido
Dr. Carroll Quigley foi escritor e professor de história na Georgetown
University e ali foi mentor do presidente Bill Clinton. O Dr. Quigley escreveu
a partir do seu conhecimento pessoal acerca de uma clique de elite de
financeiros globais empenhados em controlar o mundo. O seu objectivo, disse
ele, era "nada menos do que criar um sistema mundial de controle financeiro
em mãos privadas capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia
do mundo como um todo". Este sistema era "para ser controlado de um
modo feudal pelos bancos centrais do mundo a actuarem em concertação, por
acordos secretos".[2] Ele chamava a este clique simplesmente os
"banqueiros internacionais". A sua essência não era raça, religião ou
nacionalidade mas apenas uma paixão pelo controle sobre outros humanos. A chave
para o seu êxito era que controlassem e manipulassem o sistema monetário de um país
enquanto permitiam que ele parecesse ser controlado pelo governo.
Os banqueiros internacionais tiveram êxito em fazer mais do que simplesmente controlar a oferta monetária. Hoje eles realmente criam a oferta monetária, embora fazendo com que a mesma pareça ser criada pelo governo. Este esquema tortuoso foi revelado por Sir Josiah Stamp, director do Banco da Inglaterra e o segundo homem mais rico da Grã-Bretanha na década de 1920. Ao falar na Universidade do Texas em 1927, ele lançou esta bomba:
Os banqueiros internacionais tiveram êxito em fazer mais do que simplesmente controlar a oferta monetária. Hoje eles realmente criam a oferta monetária, embora fazendo com que a mesma pareça ser criada pelo governo. Este esquema tortuoso foi revelado por Sir Josiah Stamp, director do Banco da Inglaterra e o segundo homem mais rico da Grã-Bretanha na década de 1920. Ao falar na Universidade do Texas em 1927, ele lançou esta bomba:
O sistema
bancário moderno fabrica dinheiro a partir do nada. O processo é talvez a mais espantosa
peça de prestidigitação alguma vez já inventada. A banca foi concebida na
desigualdade e nasceu no pecado... Os banqueiros possuem a terra. Tome-a deles
mas deixem-nos o poder de criar dinheiro e, com um toque de caneta, eles
criarão bastante dinheiro para comprá-la outra vez... Retirem-lhes este grande
poder e todas as grandes fortunas, como a minha, desaparecerão, e então isto
seria um mundo melhor e mais feliz para nele viver... Mas se quiserem
continuar a serem escravos de banqueiros e pagarem o custo da sua própria
escravidão, então deixem os banqueiros continuar a criar dinheiro e controlar o
crédito. [3]
O Professor
Henry C. K. Liu é economista licenciado por Harvard e presidiu um departamento
na Universidade da Califórnia-Los Angeles antes de se tornar conselheiro de
investimento de países em desenvolvimento. Ele considera o actual esquema
monetário como "farsa cruel". Quando acordarmos para este facto, afirma
ele, toda a nossa visão económica do mundo precisará ser reordenada,
"assim como a física foi sujeita a reordenamento quando a visão do homem
mudou com a percepção de que a terra não é estacionária nem é o centro do
universo". [4] A farsa é que não há virtualmente nenhum dinheiro
"real" no sistema, apenas dívidas. Excepto para moedas, as quais são
emitidas pelo governo e constituem apenas cerca de um milésimo da oferta
monetária, toda a oferta monetária dos EUA consiste agora de dívida a bancos
privados, pois eles criam o dinheiro com entradas nas suas contabilidades. Tudo
é feito por prestidigitação e, como num truque de mágico, temos de assisti-lo
muitas vezes antes de percebermos o que está a acontecer. Mas quando o
fizermos, isto tudo muda. Toda a história tem de ser reescrita.
Os capítulos seguintes rastreiam a teia de enganos que nos afundou na dívida e apresenta uma solução simples que poderia tornar o país solvente outra vez. Não é uma nova solução mas remonta à Constituição: o poder de criar dinheiro precisa ser devolvido ao governo e ao povo que ele representa. A dívida federal poderia ser paga, os impostos sobre o rendimento poderiam ser eliminados e os programas sociais poderiam ser expandidos; e tudo isto poderia ser feito sem impor medidas de austeridade sobre o povo ou sem atear inflação galopante. Utópico como possa parecer, isto representa o pensamento de alguns dos melhores e mais brilhantes homens da América, históricos e contemporâneos, incluindo Abraham Lincoln, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. Dentre outros factos impressionantes explorados neste livro destaca-se que:
Os capítulos seguintes rastreiam a teia de enganos que nos afundou na dívida e apresenta uma solução simples que poderia tornar o país solvente outra vez. Não é uma nova solução mas remonta à Constituição: o poder de criar dinheiro precisa ser devolvido ao governo e ao povo que ele representa. A dívida federal poderia ser paga, os impostos sobre o rendimento poderiam ser eliminados e os programas sociais poderiam ser expandidos; e tudo isto poderia ser feito sem impor medidas de austeridade sobre o povo ou sem atear inflação galopante. Utópico como possa parecer, isto representa o pensamento de alguns dos melhores e mais brilhantes homens da América, históricos e contemporâneos, incluindo Abraham Lincoln, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. Dentre outros factos impressionantes explorados neste livro destaca-se que:
- O "Federal" Reserve
não é realmente federal. É uma corporação privada possuída por um
consórcio de bancos multinacionais muito grandes (Capítulo 13)
- Excepto quanto a moedas, o
governo não cria dinheiro. As notas de dólar (Federal Reserve Notes) são
criadas pelo privado Federal Reserve, o qual empresta-as ao governo.
(Capítulo 2)
- A divisa tangível (moedas e
notas de dólar) em conjunto constitui menos de 3 por cento da oferta
monetária dos EUA. Os outros 97 por cento existem apenas como entradas de
dados em écrans de computador, e todo este dinheiro foi criado por bancos
na forma de empréstimos. (Capítulos 2 e 17)
- O dinheiro que os bancos
emprestam não é reciclado a partir de depósitos pré-existentes. É dinheiro
novo, o qual não existe até ser emprestado. (Capítulos 17 e 18)
- Trinta por cento do dinheiro
criado pelos bancos com entradas na contabilidade é investido nas suas
próprias contas. (Capítulo 18)
- O sistema bancário americano, o
qual no passado concedia empréstimos produtivos à agricultura e à
indústria, tornou-se hoje uma máquina gigante de apostas. Uns estimados
US$370 milhões de milhões (trillion) estão agora a cavalgar
complexas apostas de alto risco conhecidas como derivativos – 28 vezes os
US$13 milhões de milhões do produto anual de toda a economia dos EUA.
Estas apostas são financiadas por grandes bancos dos EUA e são feitas em
grande medida com dinheiro emprestado criado num écran de computador. Os derivativos
podem ser, e têm sido, utilizados para manipular mercados, saquear
negócios e destruir economias competidoras. (Capítulos 20 e 32)
- A dívida federal dos EUA não
tem sido liquidada desde os dias de Andrew Jackson [NR 1] . Só os juros são pagos, enquanto a parte
principal continua a crescer. (Capítulo 2)
- O imposto federal sobre o
rendimento foi instituído especificamente para coagir os contribuintes a
pagarem os juros devidos aos bancos sobre a dívida federal. Se a oferta
monetária houvesse sido criada pelo governo ao invés de ser emprestada dos
bancos que a criaram, o imposto sobre o rendimento teria sido
desnecessário. (Capítulos 13 e 43)
- Só os juros sobre a dívida
federal em breve serão maiores do que os contribuintes podem permitir-se
pagar. Quando não pudermos pagar, o sistema do dólar baseado na dívida da
Reserva Federal deve entrar em colapso. (Capítulo 29)
- Ao contrário d crença popular,
a inflação rastejante não é provocada pela impressão irresponsável de
dólares por parte do governo. É provocada pelos bancos que expandem a
oferta monetária com empréstimos. (Capítulo 10)
- A maioria das inflações
galopantes vistas nas "repúblicas de bananas" foi provocada não
por governos nacionais a imprimirem excesso de dinheiro e sim por
especuladores institucionais globais a atacarem e a desvalorizarem-nas nos
mercados internacionais. (Capítulo 25)
- A mesma espécie de desvalorização
especulativa poderia acontecer ao dólar dos EUA se os investidores
internacionais o abandonassem como divisa global de "reserva, algo
que eles estão agora a ameaçar fazer em retaliação pelo que entendem ser o
imperialismo económico americano. (Capítulos 29 e 37)
- Há um caminho para fora deste
pântano. Os primitivos colonizadores americanos descobriram-no, tal como
Abraham Lincoln e alguns outros líderes nacionais: o governo pode
recuperar, tomando de volta, o poder de emitir dinheiro dado aos bancos.
(Capítulos 8 e 24)
As Federal
Reserve Notes dos banqueiros e as moedas do governo representam dois sistemas
monetários separados que têm estado a competir pelo domínio ao longo da
história registada. Houve tempo em que o direito de emitir moeda era o direito
soberano do rei; mas aquele direito foi usurpado por agiotas. Hoje o soberano é
o povo e as moedas, que constituem menos de um milésimo da oferta monetária,
são tudo o que restou da nossa soberania monetária. Muitos países emitiram com
êxito o seu próprio dinheiro, pelo menos durante algum tempo; mas o
dinheiro-dívida dos banqueiros geralmente infiltrou o sistema e acabou por
tomá-lo. Estes conceitos são tão estranhos em relação ao que nos tem sido
ensinado que pode ser difícil envolver as nossas mentes em torno deles, mas os
factos foram fundamentados por muitas autoridades confiáveis. Para citar umas
poucas:
Robert H. Hemphill, Administrador de Crédito do Federal Reserve Bank of Atlanta, escreveu em 1934:
Robert H. Hemphill, Administrador de Crédito do Federal Reserve Bank of Atlanta, escreveu em 1934:
Estamos
completamente dependentes dos bancos comerciais. Alguém tem de tomar
emprestado todo dólar que temos em circulação, cash ou crédito. Se os
bancos criam muito dinheiro sintético estamos prósperos; se não, passamos fome.
Estamos absolutamente sem um sistema monetário permanente. Quando alguém
obtém um domínio completo do quadro, o absurdo trágico da nossa posição sem
esperança é quase incrível, mas ali está. Este é o assunto mais importante
para pessoas inteligentes investigarem e reflectirem. [5]
Graham
Towers, Governador do Bank of Canada de 1935 a 1955, reconheceu:
Bancos criam
dinheiro. Isso é o que eles fazem... O processo de fabricação do dinheiro
consiste em fazer uma entrada num livro. Isso é tudo... Cada vez que um
banco faz um empréstimo... novo crédito bancário é criado – dinheiro novo em
folha. [6]
Robert B.
Anderson, Secretário do Tesouro no governo Eisenhower, disse numa entrevista
publicada no número de 31/Agosto/1959 da U.S. News and World Report:
Quando um
banco faz um empréstimo, ele simplesmente acrescenta à conta de depósito do
tomador naquele banco a quantia do empréstimo. O dinheiro não é tomado do
depósito de qualquer outra pessoa, ele não foi pago anteriormente ao banco por
qualquer pessoa. É dinheiro novo, criado pelo banco para a utilização do
tomador.
Michel Chossudovsky,
Professor de Ciências Económicas na Universidade de Ottawa, durante a crise de
divisas asiática de 1998 afirmou:
As reservas
monetárias mantidas nas mãos de "especuladores institucionais"
excedem de longe as limitadas capacidades dos bancos centrais do mundo. Este
últimos, a actuarem de forma individual ou colectiva, já não são capazes de
combater a maré de actividade especulativa. A política monetária está nas
mãos de credores privados que têm a capacidade de congelar orçamentos de
Estado, paralisar processos de pagamento, impedir o desembolso regular de
salários para milhões de trabalhadores (como na antiga União Soviética) e
precipitar o colapso de programas de produção e sociais. [7]
Hoje, as
Federal Reserve Notes e os empréstimos em US dólar dominam a economia do mundo;
mas esta divisa internacional não é dinheiro emitido pelo povo americano ou o
seu governo. É dinheiro criado e emprestado por um cartel privado de banqueiros
internacionais, e este cartel capturou os próprios Estados Unidos irremediavelmente
numa teia de dívida. Em 2006, a dívida conjunta pessoal, corporativa e federal
nos Estados Unidos atingiu uns estarrecedores 44 milhões de milhões de dólares
– quatro vezes o rendimento nacional colectivo, ou US$147.312 para todo homem,
mulher e criança no país.[8] Os Estados Unidos estão legalmente em bancarrota,
definido no dicionário como ser incapaz de pagar as próprias dívidas, estar
insolvente, ou ter passivos em excesso em relação a um valor de mercado
razoável dos activos possuídos. Em Outubro de 2006, a dívida do governo dos EUA
atingiu uma quantia de tirar o fôlego: US$8,5 milhões de milhões. Os governos
locais, estaduais e nacional estão tão pesadamente endividados que têm sido
forçados a liquidar activos públicos para satisfazer credores. Escolas
apinhadas, estradas apinhadas e cortes nos transportes públicos estão a erodir
a qualidade de vida americana. Um relatório de 2005 da American Society of
Civil Engineers atribuiu à infraestrutura do país uma graduação global de D,
incluindo suas estradas, pontes, sistemas de água potável e outras obras
públicas. "Os americanos estão a gastar mais tempo paralisados no tráfego
e menos tempo com as suas famílias", disse o presidente do grupo.
"Precisamos estabelecer um plano abrangente e a longo prazo de
infraestrutura" [9] Precisamos mas não podemos, porque o governo está
arruinado a todo nível.
Dinheiro na Terra de Oz
Se os governos por toda a parte estão em dívida, a quem devem? A resposta é que estão em dívida para com bancos privados. A "farsa cruel" é que os governos estão em dívida de dinheiro criado num écran de computador, dinheiro que poderiam eles próprios ter criado. O vasto poder adquirido através deste passe de mágica por uma pequena clique de homens a puxarem os cordéis do governo nos bastidores evoca imagens de O feiticeiro de Oz [NR 2] , um conto de fadas clássico americano que se tornou uma rica fonte de imagens para comentadores financeiros. O editorialista Christopher Mark escreveu numa série intitulada "O grande engano":
Dinheiro na Terra de Oz
Se os governos por toda a parte estão em dívida, a quem devem? A resposta é que estão em dívida para com bancos privados. A "farsa cruel" é que os governos estão em dívida de dinheiro criado num écran de computador, dinheiro que poderiam eles próprios ter criado. O vasto poder adquirido através deste passe de mágica por uma pequena clique de homens a puxarem os cordéis do governo nos bastidores evoca imagens de O feiticeiro de Oz [NR 2] , um conto de fadas clássico americano que se tornou uma rica fonte de imagens para comentadores financeiros. O editorialista Christopher Mark escreveu numa série intitulada "O grande engano":
Benvindo ao
mundo do Banqueiro Internacional, o qual, tal como no famoso filme The
Wizard of Oz, fica por trás das cortinas a orquestar os decisores da
política nacional e internacional e os chamados líderes eleitos. [10]
O falecido
Murray Rothbard, economista da escola clássica austríaca, escreveu:
Dinheiro e banca foram feitos aparecer como processos misteriosos e herméticos que devem ser guiados e operados por uma elite tecnocrática. Eles não são nada disso. Em matéria de dinheiro, ainda mais do que no restos dos nossos assuntos, temos sido trapaceados por um maligno Feiticeiro de Oz. [11]
Em 2002, num
artigo intitulado "Quem controla o Sistema de Reserva Federal?",
Victor Thorn escreveu:
Na essência,
o dinheiro tornou-se nada mais do que ilusão – um número ou quantia electrónica
num écran de computador. ... Com o andar do tempo, temos uma tendência
crescente para sermos sugados dentro deste vórtex de irrealidade do Feiticeiro
de Oz [por] sacerdotes-mágicos que utilizam a ilusão do dinheiro como seu
dispositivo de controle. [12]
James
Galbraith escreveu em The New American Prospect:
Nós ficamos
... com a ideia de que o Federal Reserve Board não sabe o que está a fazer.
Isto é a teoria "Feiticeiro de Oz", na qual afastamos as cortinas só
para encontrar um velho com uma face enrugada, a brincar com luzes e alto-falantes.
[13]
As analogias
com O feiticeiro de Oz funcionam por uma razão. Segundo os mais recentes
comentadores, o conto escrito realmente como uma alegoria monetária, numa época
em que a "questão monetária" era um assunto chave na política
americana. Na década de 1890, os políticos ainda estavam a debater
apaixonadamente quem deveria criar o dinheiro do país e do que ele deveria
consistir. Deveria ser criado pelo governo, com plena responsabilização para
com o povo? Ou deveria ser criado por bancos privados por trás de portas
fechados, para as finalidades privadas dos próprios bancos?
William Jennings Bryan, o candidato Populista à presidência em 1896 e novamente em 1900, montou o último desafio sério ao direito de banqueiros privados criarem a oferta monetária nacional. Segundo os comentadores, Bryan foi representado por Frank Baum, em 1900, no livro The Wonderful Wizard of Oz by the Cowardly Lion. O Leão finalmente provou que era o Rei dos Animais ao decapitar uma aranha gigante que aterrorizava todos na floresta. A aranha gigante que Bryan desafiava na viragem do século XX era o cartel bancário Morgan/Rockefeller, o qual pretendia usurpar o poder de criar o dinheiro do país ao povo e ao seu governo representativo.
Antes da I Guerra Mundial, dois sistemas opostos de economia política competiam pelo predomínio nos Estados Unidos. Um operava a partir da Wall Street, o distrito financeiro de Nova York que veio a ser o símbolo das finanças americanas. O seu endereço mais importante era Wall Street 23, conhecido como a "Casa de Morgan". J. P. Morgan era um agente de poderosos interesses britânicos. Os Feiticeiros da Wall Street e os banqueiros do Velho Mundo a puxarem seus cordões procurando estabelecer uma divisa nacional que fosse baseada no "padrão ouro", uma divisa criada de forma privada pela elite financeiro que controlava o ouro. O outro sistema remontava a Benjamin Franklin e operava a partir de Filadelfia, a primeira capital do país, onde foi efectuada a Convenção Constitucional e a "Society for Political Inquiries" de Franklin planeou a industrialização e obras públicas que libertariam a nova república da escravidão económica à Inglaterra. [14] A facção de Filadelfia favorecia um banco de acordo com o modelo estabelecido na provinciana Pennsylvania, onde um gabinete estadual de empréstimos emitia e emprestava dinheiro, arrecadava os juros e devolvia-o ao governo provincial para ser utilizado no lugar de impostos. O presidente Abraham Lincoln retornou ao sistema colonial de dinheiro emitido pelo governo durante a Guerra Civil, mas ele foi assassinado e os banqueiros reclamaram o controle da máquina do dinheiro. O golpe silencioso da facção da Wall Street culminou com a aprovação do Federal Reserve Act em 1913, algo que eles alcançaram enganando Bryan e outros congressistas desconfiados levando-os a pensar que o Federal Reserve era realmente federal.
Hoje, o debate sobre quem deveria criar a oferta monetária nacional é ouvido raramente, principalmente porque poucas pessoas percebem mesmo que isso é uma questão. Políticos e economistas, assim como toda a gente, simplesmente assumem que o dinheiro é criado pelo governo e que a "inflação" de que todos se queixam é provocada por um governo fora de controle que faz correr as impressoras do dólar. Os mestres dos fantoches que trabalhavam a máquina do dinheiro eram mais visíveis na década de 1890 do que são hoje, em grande medida porque eles ainda não haviam tido êxito em comprar os media e dominar a opinião pública.
A teoria económica é um assunto árido e amedrontador que foi tornado intencionalmente complexo pelo interesse dos bancos em esconder o que realmente está a acontecer. É um assunto que precisa de esclarecimento urgente, com imagens, metáforas, personalidades e um enredo. Assim, antes de entrar nos tediosos pormenores do sistema moderno de dinheiro-baseado-sobre-dívida, efectuaremos uma excursão ao passado, a um tempo mais simples, quando as questões monetárias eram mais óbvias e ainda assim tópico de discussões candentes. A linha mestra do enredo de O feiticeiro de Oz foi traçada para a primeira de sempre marcha sobre Washington, liderada por um obscuro homem de negócios de Ohio que em 1894 procurou persuadir o Congresso a retornar ao sistema de Lincoln de dinheiro emitido pelo governo. Além de disparar um século de marchas de protesto e o mais famoso conto de fadas do país, este visionário pouco conhecido e o bando de desempregados que ele liderou podem realmente ter tido a solução para todo o problema monetário, então e agora.
William Jennings Bryan, o candidato Populista à presidência em 1896 e novamente em 1900, montou o último desafio sério ao direito de banqueiros privados criarem a oferta monetária nacional. Segundo os comentadores, Bryan foi representado por Frank Baum, em 1900, no livro The Wonderful Wizard of Oz by the Cowardly Lion. O Leão finalmente provou que era o Rei dos Animais ao decapitar uma aranha gigante que aterrorizava todos na floresta. A aranha gigante que Bryan desafiava na viragem do século XX era o cartel bancário Morgan/Rockefeller, o qual pretendia usurpar o poder de criar o dinheiro do país ao povo e ao seu governo representativo.
Antes da I Guerra Mundial, dois sistemas opostos de economia política competiam pelo predomínio nos Estados Unidos. Um operava a partir da Wall Street, o distrito financeiro de Nova York que veio a ser o símbolo das finanças americanas. O seu endereço mais importante era Wall Street 23, conhecido como a "Casa de Morgan". J. P. Morgan era um agente de poderosos interesses britânicos. Os Feiticeiros da Wall Street e os banqueiros do Velho Mundo a puxarem seus cordões procurando estabelecer uma divisa nacional que fosse baseada no "padrão ouro", uma divisa criada de forma privada pela elite financeiro que controlava o ouro. O outro sistema remontava a Benjamin Franklin e operava a partir de Filadelfia, a primeira capital do país, onde foi efectuada a Convenção Constitucional e a "Society for Political Inquiries" de Franklin planeou a industrialização e obras públicas que libertariam a nova república da escravidão económica à Inglaterra. [14] A facção de Filadelfia favorecia um banco de acordo com o modelo estabelecido na provinciana Pennsylvania, onde um gabinete estadual de empréstimos emitia e emprestava dinheiro, arrecadava os juros e devolvia-o ao governo provincial para ser utilizado no lugar de impostos. O presidente Abraham Lincoln retornou ao sistema colonial de dinheiro emitido pelo governo durante a Guerra Civil, mas ele foi assassinado e os banqueiros reclamaram o controle da máquina do dinheiro. O golpe silencioso da facção da Wall Street culminou com a aprovação do Federal Reserve Act em 1913, algo que eles alcançaram enganando Bryan e outros congressistas desconfiados levando-os a pensar que o Federal Reserve era realmente federal.
Hoje, o debate sobre quem deveria criar a oferta monetária nacional é ouvido raramente, principalmente porque poucas pessoas percebem mesmo que isso é uma questão. Políticos e economistas, assim como toda a gente, simplesmente assumem que o dinheiro é criado pelo governo e que a "inflação" de que todos se queixam é provocada por um governo fora de controle que faz correr as impressoras do dólar. Os mestres dos fantoches que trabalhavam a máquina do dinheiro eram mais visíveis na década de 1890 do que são hoje, em grande medida porque eles ainda não haviam tido êxito em comprar os media e dominar a opinião pública.
A teoria económica é um assunto árido e amedrontador que foi tornado intencionalmente complexo pelo interesse dos bancos em esconder o que realmente está a acontecer. É um assunto que precisa de esclarecimento urgente, com imagens, metáforas, personalidades e um enredo. Assim, antes de entrar nos tediosos pormenores do sistema moderno de dinheiro-baseado-sobre-dívida, efectuaremos uma excursão ao passado, a um tempo mais simples, quando as questões monetárias eram mais óbvias e ainda assim tópico de discussões candentes. A linha mestra do enredo de O feiticeiro de Oz foi traçada para a primeira de sempre marcha sobre Washington, liderada por um obscuro homem de negócios de Ohio que em 1894 procurou persuadir o Congresso a retornar ao sistema de Lincoln de dinheiro emitido pelo governo. Além de disparar um século de marchas de protesto e o mais famoso conto de fadas do país, este visionário pouco conhecido e o bando de desempregados que ele liderou podem realmente ter tido a solução para todo o problema monetário, então e agora.
NR 1: Andrew Jackson: 7º presidente
dos Estados Unidos (1829-1837)
NR 2: O Feiticeiro de Oz, filme de 1938 estrelado por Judy Garland (baseado num livro de 1901 de L. Frank Baum)
Clique The Web of Debt para encomendar o livro.
NR 2: O Feiticeiro de Oz, filme de 1938 estrelado por Judy Garland (baseado num livro de 1901 de L. Frank Baum)
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Conteúdo de A teia da dívida
Sumário/Agradecimentos
Prefácio, por Reed Simpson, Banker and Developer Introdução: Capturado pela aranha da dívida Secção I – A ESTRADA DE LADRILHOS AMARELOS: DO OURO ÀS FEDERAL RESERVE NOTES 1- Lições de O feiticeiro de Oz 2- Por trás da cortina: O Federal Reserve e a dívida federal 3- Experimentos em utopia: Papel-moeda colonial como moeda de curso legal 4- Como o governo foi persuadido a tomar emprestado o seu próprio dinheiro 5- Dos matriarcado da abundância aos patriarcados da dívida 6- Puxando os cordéis do rei: Os agiotas tomam a Inglaterra 7- Enquanto o Congresso cochila em campos de papoulas: Jefferson e Jackson tocam o alarme 8- Espantalho com cérebro: Lincoln frustra os banqueiros 9- Lincoln perde a batalha com os mestres das finanças europeias 10- A grande impostura: O padrão ouro e o homem de palha da inflação Secção II – OS BANQUEIROS CAPTURAM A MÁQUINA DO DINHEIRO 11- Nada como o lar: A combater pela propriedade agrícola familiar 12- Cabeça pretensiosas e mãos invisíveis: O governo secreto 13- Reunião de bruxas: O caso da Ilha Jekyll e o Federal Reserve Act de 1913 14- A domar o leão: O imposto federal sobre o rendimento 15- Graves consequências: A Grande Depressão 16- A lubrificar as juntas enferrujadas da economia: Roosevelt, Keynes e o New Deal 17- Wright Patman revela a máquina do dinheiro 18- Um olhar ao manual do Fed: "Modern Money Mechanics" 19- Ataques de ursos e short sales: A devorar mercados de capitais 20- Hedge Funds e derivativos: Um cavalo de cor diferente Secção III – ESCRAVIZADOS PELA DÍVIDA: A REDE DOS BANQUEIROS ESTENDE-SE A TODO O GLOBO 21- Adeus estrada de ladrilhos amarelos: Das reservas ouro aos petrodólares 22- A armadilha tequila: A história real por trás da estranha invasão ilegal 23- A libertar os winkies amarelos: O sistema da nota verde floresce lá fora 24- Maldição ridicularizada: "Alemanha financia uma guerra sem dinheiro" 25- Outro olhar à trapaça inflacionária: Alguns "manuais" de hiper-inflações revisitados 26- Campos de papoila, guerras do ópio e tigres asiáticos 27- A despertar o gigante sonolento: O sistema da nota verde de Lincoln vai para a China 28- A recuperar a jóia do Império Britânico: Movimento popular toma a Índia Secção IV – A ARANHA DA DÍVIDA CAPTURA A AMÉRICA 29- O trabalho duro do Tin Man: Servidão da dívida para os trabalhadores americanos 30- O isco na armadilha da dívida do consumidor: a ilusão da propriedade do lar 31- A perfeita tempestade financeira 32- No olho do ciclone: Como a crise dos derivativos paralisou o sistema bancário 33- Mantendo a ilusão: A amarrar mercados financeiros 34- Colapso: A bancarrota secreta dos bancos Secção V – OS CHINELOS MÁGICOS: RECUPERAR O PODER MONETÁRIO 35- A progredir da escassez para a abundância tecnicolor 36- O Movimento da Divisa Comunitária: Evitar a teia da dívida com divisas "paralelas" 37- A questão do dinheiro: Debate entre os defensores do ouro e os da nota verde 38- A dívida federal: Um caso de pensamento desorganizado 39- Liquidar a dívida federal sem provocar inflação 40- O dinheiro "helicóptero": O novo balão de ar quente do Fed Secção VI – VENCER A ARANHA DA DÍVIDEA: UM SISTEMA BANCÁRIO QUE SIRVA O POVO 41- Restaurar a soberania nacional com um sistema bancário verdadeiramente nacional 42- A questão do juro: Ben Franklin resolver o problema do contrato impossível 43- Salvamento, compra de controle accionário ou tomada corporativa? Bater os Barões Ladrões no seu próprio jogo 44- O conserto rápido: O governo que paga a si próprio 45- O Tin Man ganha coragem: Resolver o problema da dívida do Terceiro Mundo 46- Construir uma ponte: Rumo a um novo Bretton Woods 47- Sobre o arco-íris: Governo sem impostos ou dívida Glossário Bibliografia seleccionada e leituras sugeridas Notas Index |
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The Web of Debt: The Shocking Truth About Our Money System and How We Can Break Free
para encomendar o livro.
The Web of Debt: The Shocking Truth About Our Money System and How We Can Break Free
para encomendar o livro.
[*] Foi promotora em Los Angeles, autora de 11 livros, viveu em países do Terceiro Mundo. ellenhbrown@gmail.com
O original encontra-se em http://www.webofdebt.com/
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