quarta-feira, 28 de novembro de 2007

terça-feira, 27 de novembro de 2007

200 anos de denúncia da escravatura

200 anos de denúncia da escravatura

DIAS 8 E 9 DE DEZEMBRO

LIVRARIA LER DEVAGAR/ LIVRARIA ETERNO RETORNO
Rua Fábrica de Material de Guerra – Poço do Bispo
Lisboa

PROGRAMA


Sábado, 8 de Dezembro


Das 18.00 às 20.00 A escravatura - origens, consequências e exploração actual

Comunicações
de: Paulo Guimarães (historiador - Portugal); Tereza Neves (historiadora - Cabo Verde); Sérgio Mesquita (historiador - Brasil); Robert King (activista/Panteras Negras - EUA); Jovem morador da Cova da Moura.

Segue-se convívio no Bar



Domingo, 9 de Dezembro

18.00 Sessão de Capoeira com Mestre Chá Preto
Poesia com Maria das Graças (artista brasileira) e Pedro Mota

19.30 Jantar africano.
Cachupa cabo-verdiana. Sobremesa: doce de coco
Preço 7 euros (bebidas não incluídas)
Inscrição prévia: tertúlia.liberdade@yahoo.com

20.30 Projecção do filme «Quilombo» de Carlos Diegues

22.30 Música com: José Mário Branco; Naidy Barreto (cantora cabo-verdiana); Tino Flores; Cantadores da Rusga; Couple Coffe (duo brasileiro) Kova. M.Most (rappers africanos) e a Banda Kumpania Algazarra


ENTRADA LIVRE

Autocarros 28, 718, 755, 210, 81 e 82 Estacionamento grátis


Uma iniciativa da Tertúlia da Liberdade com os apoios da Livraria Ler Devagar, Livraria Letra Livre e da Deriva Editores.

Mais informações: http://tertulialiberdade.blogspot.com/

Contacto: tertulia.liberdade@yahoo.com

DIVULGA E APARECE

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A Liberdade

A LIBERDADE – Bakunine

"Não sou verdadeiramente livre senão quando todos os seres humanos que me rodeiam, homens e mulheres, são igualmente livres. A liberdade de outrem, longe de ser um limite ou a negação da minha liberdade, dela é, pelo contrário, a condição necessária e a confirmação. Não me torno verdadeiramente livre senão pela liberdade dos outros, de maneira que, quanto mais numerosos são os homens livres que me rodeiam, e quanto mais extensa e mais larga é a sua liberdade, tanto mais extensa e mais profunda se torna a minha.

É, pelo contrário, a escravidão dos outros que põe uma barreira à minha liberdade ou, o que vem a dar no mesmo, é a sua bestialidade que é uma negação da minha humanidade, porque, uma vez mais, não posso dizer-me verdadeiramente livre senão quando a minha liberdade ou, o que quer dizer a mesma coisa, quando a minha dignidade de homem, o meu direito humano, que consiste em não obedecer a nenhum outro homem e a não determinar os meus actos senão em conformidade com as minhas próprias convicções, reflectidas pela consciência igualmente livre de todos, voltem a encontrar-se confirmados pelo assentimento de toda a gente. A minha liberdade pessoal, assim confirmada pela liberdade de todos, estende-se ao infinito..."

A LIBERDADE – Marcuse

"Só em termos negativos se podem exprimir essas formas novas, porque elas constituem uma negação das formas dominantes. Assim, ter a liberdade económica deveria significar estar liberto da economia, do constrangimento exercido pelas forças e pelas relações económicas, estar liberto da luta quotidiana pela existência, não mais ser obrigado a ganhar a vida. Ter a liberdade política deveria significar para os indivíduos que estão libertos da política, sobre a qual não têm controle efectivo. Ter a liberdade intelectual deveria significar que se restaurou o pensamento individual, actualmente afogado nas comunicações de massa, vítima do doutrinamento, significar que não há mais fazedores de "opinião pública" e não há mais opinião pública.

Se essas propostas têm um tom irrealista, não é porque sejam utópicas, é porque as forças que se opõem à sua realização, são poderosas. Há para sustentar este combate contra a libertação uma arma eficaz e durável, é a fixação de necessidades materiais e intelectuais que perpetuam formas estafadas de luta pela existência".

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Imigração e repressão

IMIGRAÇÃO E REPRESSÃO

Milhões e milhões de pessoas, os deserdados da terra, invadem o mítico bem estar europeu, como já há muito procedem os latino-americanos, ao baterem aos portões bem guardados, fortificados e agora amuralhados do sul dos EUA. As vítimas da troca desigual e da dependência global, recusam-se a morrer tranquilamente de fome nas suas terras, tão abandonadas como eles próprios, porque não possibilitam o ansiado lucro aos despóticos potentados do dinheiro e do poder.

O grande manitú dos tempos que correm, o capital, deixa em pousio não só as terras, como as fábricas e as próprias pessoas não suficientemente lucrativas. Prefere os negócios mais lucrativos, a especulação da bolsa, as guerras e as mais variadas drogas.

Martelados diariamente com as maravilhas dos "ricos", é natural que os "pobres" procurem alcançar o pretenso paraíso. Os portugueses conhecem bem este drama, mais de um milhão fugiu daqui nos anos 60 do século passado, e hoje, com a pobreza a agravar-se diariamente, saem de novo aos milhares em busca de melhor sorte. Isto tudo, apesar da crise que também atinge os países de acolhimento, a qual, uma vez mais, é suportada pelos mais frágeis. Entretanto os ricos ficam cada vez mais ricos e paralelamente aumenta a repressão sobre os pobres. Polícia por todo o lado, justiça em parte nenhuma.

Na sua fúria em defesa dos interesses instalados, os mentores desta injusta sociedade caluniam todos os que procuram chegar à Europa, os "ilegais", como acintosamente os designam. Procuram ignorar que os africanos, os leste-europeus, os sul-americanos e os asiáticos que para aqui se dirigem, quase sempre sujeitos às piores tarefas e à descriminação, são gente como eles e nenhum ser humano é ilegal.

Os promotores das mais variadas formas de barbárie sobre os imigrantes, julgam que através de acções repletas de crueldade irão apavorar todos aqueles que aqui buscam uma vida melhor e assim ninguém mais se atreverá a imitar estes perseguidos de hoje. Vã ilusão. Jamais será possível esmagar a ânsia da liberdade e da dignidade.

Manifestemos por todas as formas o nosso protesto, antes que esta poderosa gente passe à última fase do seu sinistro plano, a guerra total e o extermínio completo de todos os que não lhes obedecem.
Texto enviado para publicação no jornal «O Guetto» da autoria de JLFelix

Jornadas sobre a escravatura

JORNADAS SOBRE A ESCRAVATURA

Esta será a primeira iniciativa da Tertúlia Liberdade. Faz agora dois séculos que foi promulgado um decreto na Câmara dos Lordes inglesa, em que se abolia o tráfico de escravos.

Uma vez que Portugal foi um dos principais fomentadores do comércio de escravos, considerámos que esta data não deve ser ignorada, como tudo indica os diversos (i)responsáveis se preparam coerentemente com os seus interesses e dependências para fazer. Entendemos também que o assinalar desta data não será uma festividade, mas sim uma denúncia.

Denúncia não só do passado, com o domínio do homem através da escravatura, mas também das novas formas de exploração salarial que muitas vezes, prolongam a dependência dos seres humanos, não já sob a degradada forma da posse das pessoas através da desumana sociedade esclavagista, mas num regime de exploração salarial que reduz os seres humanos a utensílios da valorização do capital.

O nosso foco incidirá particularmente sobre a escravatura passada, entretanto abolida, mas não deixará de referir as actuais formas de exploração, com o seu cortejo de diferenças sociais, precariedade, desemprego e utilização do ser humano, sem respeito pela sua dignidade e liberdade. Interessa-nos realçar as diferenças e pontos de contacto entre estas duas sociedades. Não se pode compreender o presente sem perceber o passado.

Será a partir da denúncia das actuais formas de exploração que poderemos basear a continuidade deste actividade. Projecto este que encontrará a razão de ser através da participação activa das comunidades imigrantes, das suas associações, que conhecem bem as novas formas de exploração. Será em conjunto com associações e as comunidades que fará sentido prosseguir com a actividade. Não queremos que este assinalar do 2º centenário do início da abolição da escravatura seja um acto isolado.

Queremos acentuar a tónica sobre a destruição das sociedades fornecedoras de escravos e a acumulação de capital daí resultante para os países esclavagistas e beneficiários desse hediondo comércio. Entendemos que a escravatura praticada ao longo de séculos configurou desigualdades sociais persistentes à escala portuguesa e mundial que constituem hoje, factor de graves injustiças sociais e focos de tensão social e política A escravatura passada ajuda-nos a perceber a evolução histórica até aos dia de hoje, em que se atingiram as formas mais elaboradas de exploração.
TERTÚLIA LIBERDADE - QUEM SOMOS

Breve e necessária apresentação da Tertúlia Liberdade.

Um grupo de pessoas amantes da liberdade, alguns dos quais aqui chegados cansados das maquinações de poder dos partidos políticos , decidiram juntar-se numa perspectiva de auto-organização para abordar em conjunto questões sociais, políticas e culturais e levar à prática as iniciativas que entendermos pertinentes em cada momento.

As actividades que iremos promover serão autogeridas e fomentarão a autonomia dos participantes, as suas capacidades e iniciativa. Cada membro, ou grupo participante, terá a sua autonomia.

Do nosso diálogo nasceu a primeira iniciativa. Outras se seguirão.